O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,9% no segundo trimestre deste ano, oitavo resultado positivo consecutivo. Entre abril e junho, a soma dos bens e serviços finais produzidos no Brasil totalizou R$ 2,651 trilhões. Os dados são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais e foram divulgados nesta sexta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O crescimento do PIB no segundo trimestre foi acima do valor que vinha sendo projetado pelo mercado. O resultado, porém, é menor que o registrado no primeiro trimestre (1,8%).
No semestre, o crescimento do PIB foi de 3,7%. Nesse cenário, a atividade econômica opera 7,4% acima do patamar pré-pandemia, atingindo o ponto mais alto da série.
Indústria e serviços fazem PIB crescer
No segundo trimestre deste ano, o bom desempenho da indústria, que cresceu 0,9%, e dos serviços, com alta de 0,6%, explicam o resultado do PIB. Como as atividades de serviços respondem por cerca de 70% da economia, o resultado positivo do setor tem forte influência sobre o PIB.
"O que puxou esse resultado dentro do setor de serviços foram os serviços financeiros, especialmente os seguros, como os de vida, de automóveis, de patrimônio e de risco financeiro. Também se destacaram dentro dos outros serviços aqueles voltados às empresas, como os jurídicos e os de contabilidade, por exemplo", explica a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
Já a indústria teve resultado positivo pelo segundo trimestre seguido, depois de queda de 0,2% no último trimestre do ano passado.
A agropecuária, que puxou o crescimento do PIB no primeiro trimestre, teve recuo de 0,9% no trimestre encerrado em junho. De acordo com o IBGE, a retração se dá justamente por conta da base de comparação elevada, já que a alta foi de 21% nos três primeiros meses do ano.
"Se olhamos o indicador interanual, vemos que a agropecuária é a atividade que mais cresce. O resultado é menor porque é comparado ao trimestre anterior, que teve um aumento expressivo. Isso aconteceu porque 60% da produção da soja é concentrada no primeiro trimestre", analisa Rebeca.
No trimestre, o consumo das famílias avançou 0,9%. "Do lado positivo, o mercado de trabalho vem melhorando constantemente, há o crescimento do crédito e várias medidas governamentais como incentivos fiscais, vide redução de preços de automóveis, e os reajustes nos programas de transferência de renda, notadamente o Bolsa Família. Por outro lado, os juros seguem altos, o que dificulta o consumo de bens duráveis, e as famílias seguem endividadas porque, apesar do programa de renegociação de dívidas, elas levam um tempo para se recuperar", explica a coordenadora da pesquisa.
Comparação anual
Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, o PIB cresceu 3,4%. Nessa comparação, o resultado da agropecuária é o melhor entre os setores analisados, com alta de 17%. Já a indústria teve alta de 1,5%, enquanto os serviços avançaram 2,3%.