Abras prevê até 8% de aumento nos preços dos alimentos

De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados, o preço do frete para os produtores representa até 50% do custo operacional

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Abras prevê até 8% de aumento nos preços dos alimentos com reajuste dos combustíveis

A Associação Brasileira de Supermercados ( Abras ) prevê um aumento de 5% a 8% nos produtos não industrializados nas primeiras semanas de setembro. Os aumentos recentes nos preços dos combustíveis  (16,3% na gasolina e 25,8% no diesel) podem afetar os preços dos alimentos. 

Além dos reajustes anunciados pela Petrobras , o retorno dos impostos sobre o diesel a partir de setembro também impactará os preços. Com essa alteração, o diesel passará a ter PIS/Cofins de R$ 0,11 por litro em setembro, seguido por mais R$ 0,03 por litro em outubro. Até agosto, esse imposto estava suspenso.

O acréscimo de até 8% repassado ao consumidor final reflete o custo do frete para transportar insumos dos fornecedores, o gasto com combustível para operar as máquinas utilizadas no plantio e o frete até a indústria de processamento.

“A queda expressiva nos preços dos alimentos para consumo no domicílio em julho sinalizou mais uma vez que as medidas de combate à inflação precisam ser mantidas, pois a busca por produtos de preços mais baixos reflete o comportamento de 54% dos brasileiros no momento de compor a cesta de abastecimento dos lares”, explica o vice-presidente da ABRAS, Marcio Milan.

Carnes, laticínios e alimentos processados também serão afetados pelo aumento dos combustíveis, porém de forma gradual. A Abras afirmou que todos os aumentos terão impacto na cesta de abastecimento doméstico. Segundo a Abras, o frete para os produtores representa até 50% do custo operacional. 

O consumo nos lares brasileiros teve um aumento de 4,24% em julho em comparação com o mês anterior, segundo a Abras, sendo a maior alta do ano após descontar o crescimento sazonal da Páscoa (7,29%). Em relação a julho de 2023, o crescimento foi de 3,37%, e no acumulado do ano, a alta é de 2,52%, alinhada com as projeções do setor para 2023. 

Os indicadores são ajustados pelo IPCA do IBGE e englobam diversos formatos e canais operados pelos supermercados. No entanto, a ABRAS alerta que nos próximos meses, os reajustes nos preços dos combustíveis provavelmente elevarão os preços dos hortifrutigranjeiros, carnes, laticínios e alimentos industrializados de maneira gradual, impactando a cesta de abastecimento das residências.