Jean Paul Prates, presidente da Petrobras
Agência Senado
Jean Paul Prates, presidente da Petrobras

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse nesta segunda-feira (2) que o presidente  Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não prometeu que o preço dos combustíveis não subiria, e sim que iria  "abrasileirar" os valores. 

“O presidente Lula jamais prometeu que o preço nunca mais subiria, como se dissesse: ‘Vou me eleger e nunca mais vou subir o preço do combustível’”, afirmou Prates em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.

Ainda de acordo com Prates, o país ainda tem como referência o preço internacional do petróleo pelo fato de importar e exportar combustível. 

“Também não houve desgarramento dos preços internacionais. O presidente nunca disse que nós vamos descolar completamente da referência internacional”, emendou o presidente da estatal. “Isso seria uma temeridade, porque nós não só importamos ainda parte dos produtos, como estamos inseridos na comunidade internacional.”

Mesmo assim, fez questão de pontuar que a estatal tem total independência na definição dos preços. “O governo não manda a gente subir, nem descer, nem segurar, nada disso”, afirmou.

Ele também criticou a política de preço de paridade de importação (PPI), adotada desde 2017 pela empresa, abandonada neste ano. 

“Aquilo era irreal, era aplicar o preço do pior concorrente do mercado e garantir a ele suas ineficiências. Ali, a Petrobras perdeu market share, ali a Petrobras não reagiu àquela imposição, que era um absurdo”, defendeu Prates.

 Prates também disse que concorda com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sobre a necessidade de recompra de refinarias, mas não pode dar a declaração publicamente. 

“Eu concordo politicamente com as falas do ministro de Minas e Energia sobre recomprar refinarias. A análise está em curso, mas não podemos falar publicamente”, afirmou.

Em entrevista ao jornal O GLOBO, para marcar os 70 anos da Petrobras, o presidente da estatal disse que pretende investir em fábricas de hidrogênio e cita estudos para entrar no segmento de baterias para veículos elétricos. Para ele, a estratégia “agrega novos horizontes”:

"Somos uma empresa de petróleo em transição. Não vamos deixar de investir em petróleo de um dia para outro, temos mais 50 anos usando combustível fóssil. São áreas importantes a serem desenvolvidas na próxima década."

A empresa elevou de 6% para 15% o total de seus investimentos a energias verdes entre 2024 e 2028. Entre os estudos, estão os de ampliar a produção de biocombustíveis e investir em inovações como injetar carbono em reservatórios de petróleo e gás vazios para reduzir suas emissões. 

Além disso, Prates menciona o desenvolvimento de armazenamento de energia, baterias e o uso de minerais críticos, os insumos críticos para equipamentos de transição energética.

"Bateria é uma coisa ainda muito incipiente. Menciono aqui, mas é uma coisa para começar a tratar em dois anos. É um exemplo muito minúsculo que a gente ainda nem colocou no plano estratégico. É natural que nos próximos anos ocorra migração para isso. Se você pensar que a eletrificação da frota, mesmo com o (carro) híbrido, usa bateria, e quer estar perto do consumidor final em algum momento e participar de uma logística mais capilarizada no futuro, tem que estar olhando para essa área. Estamos vendo o tamanho do negócio e quem está jogando", afirmou o presidente da Petrobras.


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