O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta sexta-feira (28) que "não devemos nos iludir" com o patamar de desemprego no Brasil, já que a economia segue desacelerada. Nesta sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o desemprego ficou em 8% no trimestre encerrado em junho
deste ano, menor taxa para o período desde 2014.
"Saiu o dado do desemprego hoje em queda, mas nós não devemos nos iludir com isso. Apesar do índice de desemprego estar abaixo da média dos últimos anos para o mês, a economia está sofrendo um processo de desaceleração por conta do juro real na casa de 10%, o que é quase o dobro do país que mais paga juros depois do Brasil", disse Haddad a jornalistas.
O ministro também comentou sobre o aumento da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco DBRS . Segundo Haddad, "o mundo inteiro já compreendeu que está acontecendo alguma coisa boa no Brasil", e é hora do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) cortar os juros.
"No começo do ano, a pergunta era se o juro ia cair. Depois, passou a ser quando o juro ia cair. Agora, é quanto do juro vai cair", disse o ministro.
Na próxima semana, o Copom se reúne, e a expectativa é de queda na Selic. Na visão de Haddad, há espaço para um corte "generoso" nos juros, já que a inflação está "muito controlada". O ministro ainda disse confiar no "bom senso" do BC.
"Os ventos estão favoráveis, o mundo está olhando para o Brasil com outros olhos, outra percepção, mas está mais do que na hora de alinharmos a política fiscal e monetária para o Brasil voltar a sonhar com dias melhores", disse Haddad. "O caminho está pavimentado", completou.