As agências de classificação de risco DBRS Morningstar e Austin Rating elevaram a nota de crédito do Brasil nesta sexta-feira (28). Enquanto a DBRS subiu a classificação de de BB- para BB, com tendência estável, a Austin Rating elevou a nota para perspectiva positiva, mantendo o rating em BB+.
Segundo a DBRS, a decisão levou em conta a perspectiva de redução nos riscos fiscais do país, destacando esforços do governo para aprovar reformas que podem contribuir para a melhora nos resultados primários nas contas públicas, no período 2023-2026.
A agência ressalta duas ações que contribuem para a redução de riscos no campo fiscal. Primeiro, as medidas implementadas para incrementar as receitas públicas. Em segundo, o novo arcabouço fiscal,
que corrigiria a trajetória fiscal no médio prazo e levará as contas públicas para um resultado primário de 1% do PIB em 2026.
"Em nossa opinião, mesmo que as metas primárias não sejam alcançadas, o novo quadro sinaliza que os resultados fiscais continuarão melhorando durante o governo Lula", diz o comunicado.
A Austin Rating também citou melhora do ambiente fiscal por conta do novo arcabouço fiscal que, segunda a agência, "prevê a retomada do equilíbrio das contas públicas já a partir de 2024".
"Além disso, também pesou na decisão do Comitê de Risco desta agência, o quadro recente de melhora dos indicadores antecedentes, como, por exemplo, índice de confiança empresarial, industrial e dos consumidores, bem como as recorrentes revisões para cima das projeções de crescimento do PIB", afirmou a Austin Rating em comunicado.
De acordo com a DBRS, embora as perspectivas de crescimento do Brasil no médio prazo sejam fracas, o que representa um desafio significativo para o rating, o efeito acumulado das reformas implementadas nos últimos dois governos está surtindo um impacto positivo. As reformas nos mercados de crédito, regulamentações trabalhistas e concessões de infraestrutura têm o potencial de impulsionar o investimento e a produtividade além das expectativas atuais.
A aprovação da reforma tributária pela Câmara dos Deputados e sua análise atual no Senado têm o potencial de melhorar as perspectivas de crescimento no longo prazo, para a DBRS. Além disso, a agência ressalta que o sistema de metas de inflação do Banco Central ganhou maior credibilidade devido a mudanças institucionais e um histórico sólido.
De acordo com um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)
, a reforma tributária pode elevar o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2,39% até 2032, em relação ao cenário sem nenhuma reforma.
O aumento da nota representa melhoria na percepção internacional quanto à credibilidade do Brasil, é como uma garantia da capacidade do país em honrar seus compromissos econômicos.
Nesta semana, a Fitch também tinha elevado a nota do Brasil de BB- para BB , com perspectiva estável, na última quarta-feira (26). Além disso, em junho, a S&P havia alterado a perspectiva da nota de crédito do Brasil de estável para positiva.