A agência de classificação de risco Fitch elevou nesta quarta-feira (26) a nota de crédito do Brasil de "BB-" para "BB", com perspectiva estável.
Segundo a agência, a mudança na avaliação do risco do país reflete "um desempenho macroeconômico e fiscal melhor que o esperado". A Fitch ainda disse acreditar que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva "trabalhará por melhorias adicionais".
"Apesar das tensões políticas persistentes desde 2018, o Brasil tem progredido em importantes reformas.O novo governo de esquerda liderado por Lula defende uma mudança em relação à agenda econômica liberal de governos anteriores, mas a Fitch espera que o pragmatismo e os amplos mecanismos institucionais de controle impeçam desvios macro ou microeconômicos radicais, enquanto o governo também busca iniciativas para apoiar o setor privado", afirma a agência.
Apesar da elevação, a nota "BB" ainda é considerada "grau especulativo" e está dois patamares abaixo do cobiçado "grau de investimento", que começa em "BBB-" e serve como um selo de bom pagador para balizar os aportes de fundos no mundo todo.
A Fitch já concedeu o "grau de investimento" ao Brasil em 2008, mas rebaixou o país novamente para "grau especulativo", que começa em "BB+", em dezembro de 2015, em meio à crise econômica que marcou o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.
O "grau especulativo" significa que o país ainda apresenta incertezas sobre condições econômicas adversas, embora seja menos vulnerável em curto prazo.
PIB
A agência de classificação de risco também revisou a previsão de crescimento do Brasil em 2023 de 0,7% para 2,3%. Segundo a Fitch, o crescimento deve-se ao bom desemprenho do setor agrícola, além de mercado de trabalho aquecido e ampliação dos investimentos do governo.
Esses fatores vão na contramão da política monetária contracionista promovida pelo Banco Central, afirmou a agência.
Para 2024, a previsão da Fitch é de que o ritmo de crescimento do Brasil seja de 1,3% e nos anos seguintes a projeção é de que a taxa de expansão da economia convirja a 2,0%.
O governo federal espera crescimento de 2,5% neste ano, mas a agência considera que "ainda não está claro se será possível avançar com uma agenda econômica suficientemente potente" para alcançar este objetivo.