Fernando Haddad
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Fernando Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad , anunciou nesta quinta-feira (29) que adotará, a partir de 2025, um regime de metas contínuo para a inflação, com isso, a meta passa a ser contínua em 3% a partir de 2025. A meta será cumprida se estiver em um intervalo de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Atualmente, a regra é balizada pelo ano-calendário, ou seja, de janeiro a dezembro é necessário fazer com que a meta convirja para o percentual estipulado pelo  Conselho Monetário Nacional (CMN). 

"Em relação à meta de inflação, eu anunciei ao Conselho Monetário Nacional e explico o porquê, porque é uma prerrogativa do presidente da república uma mudança do regime em relação ao ano calendário, de maneira que agora, conforme já discutido com a sociedade em inúmeras ocasiões, já tinha manifestado minha simpatia por uma mudança desse padrão que só se verifica em dois países do mundo, dentre os quais, o Brasil, de maneira que nós adotaremos agora meta contínua a partir de 2025", afirmou Haddad ao sair da reunião do CMN.

A meta de 3% é a mesma estabelecida para 2024 e 2025. "Lembrando que as projeções pra 2025 já se encontram praticamente nesse patamar", disse o ministro

De acordo com o ministro, o “horizonte relevante” a ser atingido com a meta contínua será definido pelo Banco Central, mas tende a ser de 24 meses, a exemplo de experiências internacionais.

A decisão traz maior flexibilidade para o Banco Central, principalmente pensando na política monetária e na taxa de juros. “Você mantém a meta e redefine a trajetória", afirmou Haddad.

No formato atual, objetivo é que a inflação medida em dezembro, acumulada desde o janeiro anterior, esteja dentro da meta. No caso de 2023, o centro dessa meta é de 3,25%.

No modelo contínuo, a inflação tem que estar na meta ao longo de um horizonte de tempo, independente de data fechada.

Haddad já vinha defendendo a decisão antes mesmo da reunião do CMN. Fazem parte do Conselho o ministro Haddad, a ministra Simone Tebet (Planejamento) e o presidente do BC, Roberto Campos Neto.

"[Vamos discutir] se é o caso ou não de tomar essa decisão sobre padronizar em relação ao resto do mundo o programa de metas de inflação do Brasil, que é sui generis, só no Brasil e mais outro país, acho que Turquia, que usa meta calendário", afirmou.

Mais cedo, nesta quinta, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que um estudo do Banco Central mostrou que a meta contínua seria “mais eficiente”.

"Em alguns momentos da história, o governo ficou preocupado em estourar a meta em um ano específico e acabou tomando medidas no final do ano que fizesse com que aquela inflação caísse de forma pontual e que gerou uma alocação de recursos que não era a mais eficiente do ponto de vista econômico. E grande parte dos países não tem meta de ano-calendário.

 O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, disse que a decisão do CMN “foi muito positiva”.

“A mudança na forma de apuração, que passa a valer a partir de 2025, alinha o nosso modelo à prática da quase totalidade dos demais países que adotam essa sistemática, em especial os desenvolvidos e os nossos pares emergentes”, afirmou em nota divulgada nesta quinta.


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