Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central
Raphael Ribeiro/BCB - 24/09/2020
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira (29) que a maioria dos integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom) escolheu deixar a "porta aberta" para um corte na taxa de juros na próxima reunião, marcada para o início de agosto.

Responsável por definir a taxa Selic, o Copom é composto por Campos Neto e mais oito diretores do BC. Na última semana, o colegiado optou por manter os juros em 13,75% ao ano , patamar em que a taxa se encontra desde agosto do ano passado. Nesta semana, o  Copom divulgou ata na qual sinaliza o possível corte em agosto.

Entre no  canal do Brasil Econômico no Telegram e fique por dentro de todas as notícias do dia. Siga também o  perfil geral do Portal iG

Apesar de ter citado a "porta aberta" para essa queda na Selic, Campos Neto afirmou que as decisões sobre os juros são tomadas com base em indicadores econômicos, portanto não é possível garantir que o corte realmente aconteça em agosto.

"Tinha um grupo [de membros do Copom] que entendeu que não tinha como deixar a porta aberta, e teve outro, maioria, que achava. E isso foi explicado na ata do Copom", disse Campos Neto, em coletiva de imprensa sobre a divulgação do relatório de inflação.

O presidente do BC também rebateu críticas do governo de que o comunicado e a ata do Copom são muito diferentes. No comunicado, divulgado na última semana, o órgão não indicou possível corte, o que foi criticado por ministros como Simone Tebet e Fernando Haddad.

"Nós temos dois instrumentos de comunicação. A função do comunicado é expressar uma opinião de consenso. E a ata tem o objetivo de explicar o que foi discutido na reunião. Quando você tem uma reunião bem dividida, como foi a última, explicamos [essa divergência] na ata", justificou Campos Neto.

Meta de inflação contínua

Em sua fala, Campos Neto também defendeu a adoção de uma meta de inflação contínua, diferente do modelo atual que fixa uma meta para cada ano-calendário. Segundo ele, estudos do BC mostram que o modelo contínuo é "mais eficiente".

"A gente entende que a gente avançou no processo e o que eu tenho dito é que esse [uso da meta contínua] é um aperfeiçoamento do sistema de metas que a gente acha interessante", afirmou.

A meta contínua também é defendida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Na tarde desta quinta-feira, o Conselho Monetário Nacional (CMN), composto por Campos Neto, Haddad e pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, se reúne para debater o tema.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!