Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, e ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em audiência no Senado
Lula Marques/ Agência Brasil - 27/04/2023
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, e ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em audiência no Senado

O Banco Central divulgou nesta terça-feira (27) a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que optou pela manutenção dos  juros em 13,75% ao ano e admitiu, pela primeira vez, que há possibilidade de redução da Selic no próximo encontro da entidade, marcado para agosto. ( Veja a íntegra do comunicado )

No parágrafo 19 do documento o BC diz que "a avaliação predominante foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião".

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O BC também pregou cautela, paciência e parcimônia repetidamente durante todo o texto. A autoridade monetária também voltou a repetir que, apesar da queda no IPCA Índice de Preços ao Consumidor Amplo), as expectativas de inflação ainda seguem desancoradas, em parte “em função do questionamento sobre uma possível alteração das metas de inflação futuras".

O Conselho Monetário Nacional (CMN) se reúne na próxima quinta-feira (29) para debater uma possível alteração na meta de inflação para este ano, que é 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior, 4,75%.

Em um dos trechos mais duros do comunicado, o BC diz que "flexibilizações prematuras podem ensejar reacelerações do processo inflacionário".

"O Comitê unanimemente avalia que flexibilizações do grau de aperto monetário exigem confiança na trajetória do processo de desinflação, uma vez que flexibilizações prematuras podem ensejar reacelerações do processo inflacionário e, consequentemente, levar a uma reversão do próprio processo de relaxamento monetário."

Integrantes do governo federal ficaram frustrados com a decisão de manutenção dos juros e iniciaram uma escalada de críticas à instituição. 

O líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues, já se posicionou favorável à demissão de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central. Na última semana, Randolfe convocou Campos Neto a explicar a política monetária na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado.


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