Maria Rita Serrano, presidente da Caixa
Tomaz Silva/Agência Brasil
Maria Rita Serrano, presidente da Caixa

Caixa Econômica Federal tenta conseguir mais prazo para pagar o Tesouro Nacional, após ter seus resultados afetados por medidas como o consignado no Auxílio Brasil e o programa de microcrédito, ambos liberados às vésperas da eleição presidencial de 2022. 

A dívida da Caixa com a União gira em torno de R$ 20 bilhões e deveria ser paga em 4 anos, mas o banco apresentou impacto financeiro e agora tenta, junto ao Ministério da Fazenda, prorrogar o prazo. 

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O balanço da instituição financeira de 2022 revela que o índice de liquidez da Caixa caiu mais da metade na comparação com o ano anterior. Segundo o banco, isso deve-se ao consignado no Auxílio Brasil e ao programa de microcrédito, esse último com mais de 80% de inadimplentes. 

A presidente da Caixa, Rita Serrano, compartilhou uma mensagem nas redes sociais, onde culpa a gestão anterior por estragos feitos na instituição. Ela integrava o Conselho de Administração da Caixa no governo Bolsonaro, como representante dos trabalhadores, ocasião em que tomou conhecimento das medidas.

"Ao assumir a presidência, deparei-me com os desafios decorrentes das iniciativas adotadas pela gestão anterior, especialmente os programas Consignado do Auxílio Emergencial e de Microfinanças, implementados durante o governo Bolsonaro. Desde o meu tempo como conselheira de administração, manifestei preocupação em relação a essas medidas, e as questionei por considerá-las contestáveis, implementadas às vésperas das eleições de 2022 e com um apelo excessivo ao endividamento da população vulnerável", diz trecho da carta. 

“Infelizmente, a falta de cumprimento do planejamento orçamentário do banco, devido a ações casuísticas, aliada à instabilidade na gestão causada pelas denúncias de assédio contra o principal dirigente da instituição, resultou em consequências para a manutenção das linhas de crédito da Caixa, as quais sofreram oscilações no segundo semestre de 2022”, continua.

O programa de microcrédito liberou R$ 3 bilhões para 3,86 milhões de clientes e teve que lidar com 80% de taxa de inadimplência. O calote, no entanto, é coberto pelo Fundo Garantidor de Microfinanças (FGM), que recebeu R$ 3 bilhões do FGTS. 

Já o consignado no Auxílio Brasil, em poucos dias, emprestou R$ 7,6 bilhões a 2,97 milhões de beneficiários. Depois da demanda acima do esperado, a instituição teve que suspender o empréstimo. 

Ela afirmou que a inadimplência do consignado se mantém sob controle, “visto que os pagamentos são descontados na fonte.”

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