O Procon-SP notificou nesta sexta-feira (24) a Uber e a 99 após denúncias de que as empresas teriam usado a tarifa dinâmica na quinta-feira (23), cobrando a mais dos passageiros em dia de greve que paralisou algumas linhas de metrô
em São Paulo.
De acordo com o órgão de defesa do consumidor, a prática impacta "as opções de deslocamento do consumidor". "O objetivo do Procon-SP é entender se houve alguma alteração nos critérios de formação da chamada tarifa dinâmica, especificamente em função da greve, e que possa ter alterado a fórmula adotada normalmente pelas empresas; ou seja, uma regra de cálculo diferente daquela utilizada em dias normais e que já é de conhecimento dos clientes", afirma Rodrigo Tritapepe, diretor de Atendimento e Orientação do Procon-SP.
Entre no canal do Brasil Econômico no Telegram
e fique por dentro de todas as notícias do dia. Siga também o perfil geral do Portal iG
Até a próxima terça-feira (28), as empresas precisam informar:
- quais parâmetros foram utilizados para aplicação do preço dinâmico na quinta-feira;
- se foram calculados sob os mesmos critérios adotados em dias em que há congestionamentos "normais", sem uma causa atípica, como a greve;
- se o consumidor é informado da aplicação de uma eventual precificação diferenciada e como essa informação é repassada para ele.
OUTRO LADO
Uber
A Uber irá prestar todos os esclarecimentos solicitados pelo Procon no prazo estabelecido pelo órgão.
A empresa esclarece que não houve alteração atípica no funcionamento do preço dinâmico, ferramenta que tem o objetivo de equilibrar a oferta e a demanda por viagens em tempo real. No site da Uber é possível encontrar mais detalhes sobre o funcionamento dessa tecnologia.
Quando a demanda por viagens, em uma determinada área, é maior do que o número de motoristas parceiros ativos na região naquele momento, o preço dinâmico é ativado automaticamente e o valor da viagem pode se tornar mais caro do que o habitual (em condições de equilíbrio de mercado).
O preço dinâmico é sempre informado no aplicativo do usuário no momento em que a viagem é solicitada. Ele é aplicado para incentivar que mais motoristas parceiros se conectem ao aplicativo e, assim, seja possível que os usuários consigam realizar uma viagem sempre que tiverem necessidade. Quando o equilíbrio oferta-demanda é restabelecido, os preços voltam aos valores normalmente praticados.
99
A 99 informa que o preço final da corrida considera a distância percorrida e o tempo de deslocamento do trajeto. Ainda são levadas em conta a oferta e demanda de motoristas parceiros por região. Importante ressaltar que o valor final pode ser alterado por variantes como excesso de trânsito, chuva ou aumento de pedidos de carros por aplicativo. A empresa enviará esclarecimentos solicitados pelo Procon até o prazo estipulado, dia 28.
A empresa reforça ainda o seu compromisso com a sociedade, com a mobilidade acessível e com a transparência, tanto com passageiros quanto com motoristas, a partir de alertas dentro do app. A plataforma é uma das soluções que colaboram com a mobilidade nas cidades e tem como compromisso garantir transporte acessível e de qualidade a seus usuários e motoristas parceiros.