A ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse nesta quarta-feira (1º) que a retomada dos impostos federais sobre os combustíveis (gasolina e etanol) vão permitir que o Banco Central reduza os juros. Segundo ela, o governo faz um "esforço concentrado" para provar que a inflação não é problema da demanda.
"O que estamos fazendo é um esforço concentrado para mostrar para o Banco Central, na próxima reunião do Copom, que o problema da inflação não é demanda. Esse já é um ponto importante inicial que nos dá tranquilidade de ter segurança daquilo que estamos falando: que é possível baixar os juros no Brasil", afirmou Tebet em conversa com jornalistas após um encontro com a primeira-dama, Janja da Silva, e as outras dez ministras do governo para marcar a abertura do Mês Internacional da Mulher.
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Nesta terça-feira (28), o governo anunciou a volta da cobrança de 75% de tributos sobre a gasolina e de 21% sobre etanol. O diesel não será reonerado. Por litro, a reoneração é de R$ 0,47 na gasolina e de R$ 0,02 no etanol.
"Se nós mostrarmos segurança jurídica, previsibilidade, estabilidade, pode, ainda que paulatinamente, diminuir os juros porque temos responsabilidades", disse a ministra.
"Estamos preparando um pacote que envolve reforma tributária, envolve arcabouço fiscal, reuniões da junta, mostrando que estamos preocupados com gastos públicos, com contenção, e que embora tenhamos medidas expansionistas de promessas de campanha do presidente, elas já foram precificadas. Portanto, não vale apara falar de aumento ou estabilidade de juros porque já está no pacote anunciado", completou.
Nesta terça, o ministro da Fazenda, Fernanddo Haddad, fez a mesma crítica ao BC : "Essas medidas estão sendo tomadas porque na ata do Banco Central está dito que isso é condição para redução das taxas de juros no Brasil. As taxas de juros no Brasil são as mais altas no mundo e estão produzindo efeitos perversos sobre a economia".
"Do ponto de vista econômico, as medidas anunciadas hoje [volta dos impostos sobre combustíveis] são benéficas para a inflação a médio e longo prazo, o que abre espaço, segundo o Banco Central, para queda na taxa de juros. Isso não sou eu que estou dizendo, é a ata do Banco Central", afirmou Haddad.