Depois de anunciar a volta dos impostos sobre combustíveis
, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira (28) que espera que essa medida leve o Banco Central (BC) a reduzir a taxa básica de juros. Atualmente, a Selic está em patamar elevado, a 13,75% ao ano, o que tem gerado rusgas entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o BC
.
"Do ponto de vista econômico, as medidas anunciadas hoje [volta dos impostos sobre combustíveis] são benéficas para a inflação a médio e longo prazo, o que abre espaço, segundo o Banco Central, para queda na taxa de juros. Isso não sou eu que estou dizendo, é a ata do Banco Central", afirmou Haddad.
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Em sua fala, Haddad citou uma entrevista de Roberto Campos Neto, presidente do BC, ao Roda Vida, da TV Cultura. "Ele reforçou que essas medidas podem sugerir que são impopulares, mas na perspectiva do Banco Central isso antecipa o calendário de queda de taxa de juros. Estou reproduzindo argumentos do Banco Central", reforçou o ministro.
Haddad ainda afirmou que "o país inteiro está unido" para reduzir a Selic, e que a reoneração dos combustíveis foi uma forma do Ministério da Fazenda fazer sua parte.
"Essas medidas estão sendo tomadas porque na ata do Banco Central está dito que isso é condição para redução das taxas de juros no Brasil. As taxas de juros no Brasil são as mais altas no mundo e estão produzindo efeitos perversos sobre a economia", acrescentou.
Nesta terça-feira, o governo anunciou a volta da cobrança de 75% de tributos sobre a gasolina e de 21% sobre etanol. O diesel não será reonerado. Por litro, a reoneração é de R$ 0,47 na gasolina e de R$ 0,02 no etanol.