O ex-presidente do Banco Central do Brasil Ilan Goldfajn tomou posse na quinta-feira (12) como novo presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). É o primeiro brasileiro a assumir o posto na história do banco.
Em seu discurso, Goldfajn disse ser necessário a colaboração dos países para uma unidade pacificadora e evitar confrontos internos. Ele evitou citar os ataques antidemocráticos em Brasília e a crise de violência no Peru.
“Neste momento de polarização e incerteza global, nosso futuro não depende de sermos confrontadores, mas de sermos mais colaborativos”, disse.
O novo presidente do BID também apontou a necessidade de aumentar os investimentos na América Latina. Ele garantiu que irá focar na eficácia da disponibilização de empréstimos para os países.
"[Os países] precisam de melhores empregos, ruas mais seguras, assistência médica de qualidade, internet mais rápida, melhores serviços públicos, melhor infraestrutura e outros elementos essenciais da vida aos quais aspiram com razão", concluiu.
Ilan Goldfajn foi indicado para a presidência do BID pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, sob chancela do ex-ministro da Economia Paulo Guedes. O nome dele sofreu forte resistência do governo Lula no começo, mas a equipe econômica aceitou a indicação.
Goldfajn substitui Mauricio Claver-Carone, indicado pelo ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que deixou a presidência do banco após acusações de manter um relacionamento íntimo com uma subordinada.
O BID tem sede em Washington, nos EUA, e comanda mais de 600 projetos em infraestrutura, saúde, educação e turismo nos países da América Latina e Caribe. Só em 2021, o banco disponibilizou mais de R$ 21 bilhões para alavancar o desenvolvimento do continente.