O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo , afirmou nesta terça-feira (3) que pretende rever as renúncias fiscais para reduzir o déficit de R$ 231 bilhões previsto no Orçamento de 2023.
"Não pretendemos executar o déficit que está previsto, vai ser menos do que isso [R$ 231 bilhões]", disse, Galípolo em entrevista à GloboNews.
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O déficit primário, ou seja, sem contar o pagamento de juros da dúvida, foi previsto nesse patamar pelo governo Bolsonaro, mas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chamou o valor de "absurdo" e prometeu trabalhar para reverter.
Além de cortar renúncias fiscais, que são benefícios concedidos a determinados setores da economia, que pagam menos ou nenhum tributo, o secretário afirmou que irá cortar benefícios sociais inflados na gestão do ex-presidente.
"Temos série de renúncias como essas [dos combustíveis] que estão sendo discutidas com todo o governo para ver a pertinência. Existe plano de curtíssimo prazo pra ver o que é possível rever de renúncia e de gasto, [por exemplo] vários filtros em programas sociais foram retirados no ano passado para aumentar transferência de renda, isso precisa ser revisto do ponto de vista qualitativo", afirmou.
Ambas as decisões precisam de aprovação do Congresso Nacional, onde devem enfrentar resistência por parte dos parlamentares.
O governo pretende também fazer um "pente-fino" entre beneficiários do Bolsa Família, que teve o número de recebedores ampliado às vésperas das eleições presidenciais.
Galípolo disse ainda que o ministro Fernando Haddad deve apresentar até a próxima semana o plano de voo da pasta para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O secretário minimizou as acusações de que a equipe da fazenda teria "aversão ao mercado" e à iniciativa privada. Segundo ele, este é "um debate falso".
“Não vejo porque o governo teria qualquer tipo de resistência à participação do setor privado no investimento”, declarou.
“Acho até que esse é um debate falso, porque quando eu olho para as formas de contratação que existem na infraestrutura em geral, apesar do nome chamar ‘obra pública’, não existe uma empresa pública que presta aquele serviço”, compeltou
Nesta quarta-feira (4), Haddad reúne-se com Isaac Sidney, Presidente da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) pela manhã, e com Maria Rita Serrano, Presidente indicada da CAIXA. À tarde, vai à posse do vice-presidente Geraldo Alckmin no ministério da Indústria e Comércio e depois terão reunião onde encontrará o presidente Lula .