Black Friday não foi sucesso em 2022
Fernando Frazão/Agência Brasil
Black Friday não foi sucesso em 2022

A sexta-feira de Black Friday registrou um total de 4,5 milhões de pedidos, representando queda de 23,7% em relação ao período do ano anterior, segundo o monitoramento Hora a Hora da Confi Neotrust em parceria com a ClearSale. Esta foi a primeira vez que a data teve queda nas vendas em toda a série histórica, iniciada em 2010. 

De acordo o balanço, as categorias que mais faturaram no dia da Black Friday foram: Eletrodoméstico, Eletrônicos, Telefonia, Informática e Ar e Ventilação.

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Do período da 0h da sexta-feira (25) até o final do dia, às 23h59, o e-commerce brasileiro movimentou cerca de R$ 3,1 bilhões em transações, com um ticket médio de R$ 733,07, número que também representa queda em relação ao ano passado: 5,9%.

Em comparação aos últimos anos, o faturamento da data foi 28% menor que em 2021, quando atingiu a marca de R$ 4,34 bilhões

"Tivemos uma Black Friday mais fraca, comparada ao ano anterior. Percebemos também uma redução no ticket médio e preço médio, mas um aumento em itens por cestas, algo próximo a 3 itens, que é 13,4% maior do que no último ano. Olhando para as regiões, todas tiveram queda em faturamento e número de pedidos. Destaque para o Norte, que teve um crescimento na quantidade de produtos vendidos, em relação ao ano anterior. As regiões Norte e Nordeste ganharam participação no faturamento, enquanto Centro-Oeste, Sul e Sudeste apresentaram queda. Embora não tenha crescimento no faturamento, o número de pedidos aumentou, e por isso, se destacou - principalmente cervejas, chocolates e snacks. Esses produtos, inclusive, estão bem relacionados à Copa. A categoria beleza e perfumaria foi a única que cresceu em faturamento no e-commerce quando comparada ao ano anterior”, comenta a Head de Inteligência da Confi Neotrust, Paulina Dias.

Para o Head de Estratégia de Mercado da ClearSale, Marcelo Queiroz, o destaque vai para a variação na forma de pagamento e a diluição de compras durante o mês. “O destaque, na minha opinião, desta Black Friday é para o crescimento de pagamento via Pix. Na Black Friday do ano passado não foi uma forma de pagamento tão relevante, mas ao longo de 2022 se consolidou. Pudemos ver que cerca de 16% dos pagamentos ocorreram por meio dele. As carteiras digitais também ganharam destaque. É uma forma notável de que os consumidores estão aceitando e aderindo aos novos métodos.”, comenta o executivo.

Ainda sobre as movimentações do e-commerce brasileiro durante o mês, Queiroz reforça: “Quando analisamos o mês de novembro inteiro, até o final do dia 25, percebemos uma variação de queda, mas bem menor do que vimos na Black Friday. O e-commerce faturou algo próximo a R$ 16,5 bilhões, cerca de 8,5% menor do que em 2021. A quantidade de pedidos ficou em 33 milhões, 7% a menos do que no último ano”, finaliza o Head.

Meios de pagamentos mais utilizados na Black Friday

Em relação aos meios de pagamentos durante a sexta-feira de Black Friday, os mais utilizados no e-commerce foram: cartão de crédito (54,2%), seguido e-wallet, cashback, débito e (16,3%); já o Pix, uma grande tendência para este ano, soma 15,7%, enquanto o boleto bancário perde espaço, atingindo 13,8%.

Nem a "xepa" salva

O sábado de Black Friday registrou mais de R$ 1,2 bilhão em transações no e-commerce brasileiro. O total de pedidos teve uma queda de 4,4%, em relação ao mesmo dia do ano anterior, e atingiu a marca de 2,2 milhões. Para o levantamento, as empresas consideraram as transações realizadas no dia 26 de novembro, da meia-noite até 23h59, com base nos clientes.

Os dados são do monitoramento Hora a Hora da Confi Neotrust, empresa de inteligência de dados com foco em e-commerce, em parceria com a ClearSale, empresa referência em inteligência de dados com múltiplas soluções para prevenção a riscos. Segundo o balanço do Hora a Hora, as categorias que mais faturaram no sábado da Black Friday foram: Eletrodomésticos, Eletrônicos, Telefonia, Móveis e Moda e Acessórios. Quando falamos das categorias que mais vendaram, o ranking tem uma alternância: Moda e Acessórios, Beleza e perfumaria, Alimentos e Bebidas, Eletroportáteis e Utilidades Domésticas.

Do período da 0h de sábado (26) até às 23h59, o e-commerce brasileiro movimentou cerca de R$1,2 bilhão em transações, com um ticket médio de R$ 571,15 --mesmo número de 2021. Em comparação aos últimos anos, o faturamento do dia de sábado da Black Friday foi 4,3% menor que em 2021, quando atingiu a marca de R$ 1,3 bilhão, e igual ao de 2020, quando atingiu os mesmos R$ 1,2 bilhão.

No entanto, o ponto positivo fica para a retomada da data após um primeiro dia mais fraco. No sábado de Black Friday, a quantidade de produtos vendidos bateu a marca dos 5,8 milhões apenas 1,4% menor do que em 2021. Além disso, a quantidade de itens por compra também superou ao de 2021, com média de 2,6 produtos por pedido, algo próximo a 3,1% maior que 2021.

"Sábado foi o melhor dia do período da Black Friday em termos de variação de faturamento sobre o ano anterior. Percebemos a recuperação de algumas categorias que não foram bem na sexta-feira, como telefonia, automotivo e eletroportáteis, e crescimento em categorias que já estavam bem, como beleza e perfumaria, games e alimentos e bebidas. Uma análise interessante é sobre a categoria de Moda e Acessórios, que apresentou queda de faturamento, comparado ao ano anterior, na sexta-feira, mas sábado fechou com um faturamento igual ao 2021. Dentro do universo de Alimentos e Bebidas, destaco o crescimento para carnes, aves e pescados. Já em eletrodomésticos, a categoria freezer”, comenta a Head de Inteligência da Confi Neotrust, Paulina Dias.

Para o Head de Estratégia de Mercado da ClearSale, Marcelo Queiroz, os resultados de sábado foram uma comprovação de uma teoria que ele previa. “Eu estava esperando uma Black Friday estendida com sabor de Copa do Mundo. Provavelmente, essa quantidade de pedidos bem aproximada vem muito por conta da categoria de Alimentos e Bebidas, que foi a terceira com mais pedidos. É um impacto que se tem, pois muito dificilmente alguém compra só uma bebida ou só um snack, por exemplo”, comenta o executivo. Ao analisar o mês de novembro, Marcelo Queiroz complementa: “As variações foram bem menos intensas do que somente na sexta-feira de Black Friday. O faturamento total do e-commerce, de 1 de novembro até o dia 26, às 23h59, fechou com R$17.7 bilhões, algo cerca de 8% menor que 2021. Já a quantidade de pedidos chegou próximo a 35,8 milhões, cerca de 7% a menos”, diz.

Ainda sobre as movimentações do e-commerce brasileiro durante o mês, Queiroz fala um pouco sobre as fraudes. A ClearSale havia estimado algo próximo a R$ 50 milhões para o período de Black Friday, e até às 18h de sábado o número já havia sido superado. De quinta até sábado, a empresa evitou R$ 51,7 milhões em tentativas de fraude, algo próximo a 40 mil pedidos fraudulentos. O dia de sábado foi o que registrou menor quantidade de frades, com 9.248 pedidos, representando cerca de R$ 11 milhões: “A projeção que fizemos será superada, e isso é um aviso importante aos lojistas, pois os novos meios de pagamentos abrem margem para novos tipos de fraudes. O crescimento do Pix e de outros métodos de pagamentos podem ter impulsionado esse número”, finaliza.

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