Filé mignon, picanha, café, leite e açúcar apresentaram deflação nos supermercados em setembro
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Filé mignon, picanha, café, leite e açúcar apresentaram deflação nos supermercados em setembro

O Índice de Preços aos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista de Supermercados (APAS) e pela Fipe, registrou ligeira alta de 0,03% em setembro. O resultado é reflexo da inflação na cesta dos Industrializados, que subiram 0,29% no mês, e, principalmente, na dos itens In Natura, cujos preços aumentaram 3,55%.

inflação na cesta In Natura foi puxada pelos tubérculos, com aumento de 11,88%, e pelas frutas, com 4,86%. A cebola, item básico da culinária, acumula em 2022 inflação de 64,75%. A atípica redução da oferta do produto nessa época do ano se dá por conta da quebra da safra no Nordeste. 

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Quem azedou o desempenho da cesta de frutas foi o limão, que em setembro registrou 51,96% de inflação. A disparada tem a ver com problemas na colheita, o que reduziu drasticamente a oferta e impactou fortemente seu preço.

A cesta do leite é a de maior peso no grupo Industrializados. Dentro dela, chama a atenção o comportamento do leite condensado, cujo preço subiu 3,56% em setembro e acumula no ano 37% de inflação.

A boa notícia é a tendência de queda na cesta do leite em razão do aumento das importações e da redução das exportações de leite UHT e de leite em pó. Esse efeito já pode se visto no item leite, que apresentou deflação de 11,8% no mês.

“A previsão de chuva melhorando as pastagens nas regiões produtoras e a entrega das safras de soja e de milho impactando os custos com ração também devem contribuir no viés de baixa dos preços neste último trimestre”, aposta Diego Pereira, do departamento de Economia e Pesquisa da APAS.

Outro item que se beneficiou da redução das exportações foi o açúcar, que acumula no ano inflação de 2,86%, mas cujo preço apresentou deflação de 0,13% em setembro e mostra tendência de queda neste último trimestre.

O café registrou queda de 0,25% no mês, mas o comportamento do seu preço é incerto, uma vez que ainda há dúvida sobre a reposição dos estoques mundiais, que estão 22% abaixo do ideal.

Carnes

As proteínas animais enfrentam oscilações de produção desde 2019. Surtos virais, a pandemia de Covid-19 e a guerra entre Rússia e Ucrânia provocaram choques de demanda com efeito nas cotações. Os preços dos cortes bovinos, que apresentaram forte elevação há dois anos, iniciaram um processo de desaceleração. Em setembro, o preço permaneceu estável, com oscilação de alguns cortes populares, como o coxão mole, que inflacionou 1,96%. Ainda assim, o item acumula queda no ano de 4,59%. O filet mignon, em compensação, registrou a maior queda no mês: -6,88%.

O preço dos cortes suínos continua caindo. Em setembro, a deflação foi de 0,62%, acumulando 6,55% no ano e 4,79% nos 12 últimos meses. O preço das aves, no sentido contrário, permanece em alta. O aumento em setembro foi de 0,55%. No ano, a inflação acumulada chega a 5,85% e, nos últimos 12 meses, 3,36%. A gripe aviária reduziu a oferta do produto e, por consequência, afetou os preços.

Bebidas

O preço das bebidas alcoólicas inflacionou 0,33% em setembro – 10,06% nos últimos 12 meses. Quem vem puxando a fila é a cerveja, o maior peso da cesta. O item encareceu 0,09% no mês, com a elevação dos preços do malte em razão da guerra no Leste Europeu. As bebidas não alcoólicas aumentaram 0,17% e somam 13,19% de inflação nos últimos 12 meses. Os refrigerantes subiram 0,40%. Mas a perspectiva de redução do preço do açúcar deve provocar um alívio no custo de elaboração do produto nos próximos meses.

Limpeza, higiene e beleza

A alta dos insumos químicos continua pressionando o preço dos produtos de limpeza, que em setembro apresentaram inflação de 1,62% ­– 25,03% nos últimos 12 meses. O sabão em pó segue escalando: 2,45% em setembro e 35,87% nos últimos 12 meses. Os artigos de higiene e beleza apontaram inflação de 1,56% no mês e 18,92%, nos últimos 12 meses.


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