15 milhões de brasileiros saíram da pobreza com o auxílio emergencial em 2020, segundo a FGV
Agência Brasil
15 milhões de brasileiros saíram da pobreza com o auxílio emergencial em 2020, segundo a FGV

O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou nesta quarta-feira (12) uma nova edição do Monitor Fiscal, que traz previsões e análises acerca da economia brasileira . No relatório, o Fundo aponta preocupação com o aumento da pobreza e da insegurança alimentar no país e exalta a importância do Auxílio Emergencial - rebatizado de Auxílio Brasil pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), de olho na tentativa de se reeleger.

O Monitor Fiscal prevê que a dívida pública brasileira caia a 88,2% do Produto Interno Bruto (PIB). No ano que vem, no entanto, ela deve voltar a subir, chegando a 89,9% do PIB e mantendo-se perto de 90% nos próximos quatro anos.

O FMI cita o aumento de gastos provocado globalmente pela pandemia e recomenda o equilíbrio entre política fiscal e monetária. A alta da inflação também é vista com preocupação, uma vez que se trata de um fenômeno mundial e seguido de aumento de juros.

"No contexto de inflação alta, dívida elevada, juros em trajetória crescente e aumento da incerteza, consistência entre políticas fiscal e monetária é fundamental. Na maior parte dos países, isso significa manter o orçamento em curso de aperto", diz Vitor Gaspar, diretor do departamento de assuntos fiscais do FMI.

Em comparação com os outros países emergentes, o Brasil tem um patamar alto da dívida/PIB, atrás apenas do Egito (89,2% do PIB, segudo a previsão para 2022). Em 2023, no entanto, o cenário deve mudar, já que a previsão é de queda para 84,1%. No Brasil, para os próximos quatro anos, a expectativa é de dívida/PIB na casa de 90%.

Se comparado a países com economias avançadas, porém, o Brasil tem um patamar melhor. Nos EUA, por exemplo, o FMI espera dívida bruta de 122,1% em relação ao PIB, atingindo 122,9% no ano que vem e disparando para 134,9% em 2027.

Previsão para o PIB aumenta, mas Guedes critica

O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 1,7% para 2,8%. Esta foi a terceira alta consecutiva promovida pelo FMI, que, em abril, projetava 0,8% de expansão no PIB brasileiro. Entre mercados emergentes, o país deve ser o que terá maior crescimento, acima de Rússia, China e África do Sul.

Ainda assim, o ministro da economia, Paulo Guedes, criticou novamente previsões de analistas do Fundo Monetário Internacional em documento publicado no site do FMI. Para o economista, a instituição deve reorientar e reforçar sua análise macroeconômica, financeira, vigilância, e assessoria com o intuíto de "restaurar plenamente a credibilidade que foi perdida no processo".

No documento oficial, Guedes resume a avaliação do Brasil sobre os principais temas da economia mundial e concentra as críticas nas previsões do FMI para a inflação mundial.

"Confrontando a alta inflação de várias décadas, altos níveis de dívida, desaceleração sincronizada do crescimento e espaço fiscal amplamente esgotado, os formuladores de políticas em todo o mundo devem contar com a FMI como um farol de análise e aconselhamento de alta qualidade para reequilibrar as economias mundial e nacional ao menor custo possível", disse o ministro no documento.


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