Roberto Campos Neto diz que não ficará no Banco Central após fim do seu mandato
José Cruz/Agência Brasil
Roberto Campos Neto diz que não ficará no Banco Central após fim do seu mandato

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que negará a recondução ao comando da entidade monetária independentemente de qual presidente for eleito. Segundo Campos Neto, a manutenção na presidência do BC poderá afetar a isonomia da entidade, já que poderá sofrer com influências políticas para se manter no comando.

O mandatário deve ficar na cadeira máxima do Banco Central até 2024 e foi uma das apostas de Jair Bolsonaro (PL) para controlar a crise econômica sob a chancela do ministro da Economia, Paulo Guedes.

"O processo de recondução gera um risco, porque quem está querendo ser reconduzido pode acabar sofrendo algum tipo de influência. A autonomia é justamente para isolar essa influência", declarou.

"Isso não está relacionado a ser um presidente ou outro. É sobre o que eu acredito ser melhor para solidificar a autonomia do BC", completou.

A declaração acontece em meio aos elogios feitos pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Lula declarou que aceita o Banco Central independente e chamou Campos Neto de “economista competente”

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"Vamos conversar com o presidente do Banco Central, que certamente é uma pessoa razoável para conversar, economista competente. Vamos conversar. Mas a mim não causa nenhum problema [BC] ser independente ou não", declarou o petista nesta semana.

A fala de Lula foi vista pelo mercado financeiro como aceno pela manutenção na gestão do Banco Central. O trabalho de Campos Neto ainda agrada o presidente Jair Bolsonaro que, mesmo com alfinetadas as decisões do BC, tem no presidente do BC uma ‘arma’ para mostrar a força econômica do governo.

Em coletiva, Roberto Campos Neto negou ter sofrido pressão do Ministério da Economia ou do Palácio do Planalto em decisões do conselho monetário. O presidente do BC ainda garantiu não ser hora para reduzir a taxa básica de juros da economia e prevê o aperto econômico do país até meados de 2023.

"A aprovação lei traz um benefício adicional, pois ela faz com que prêmios de risco em momentos de turbulência sejam reduzidos e isso acaba facilitando a eficiência da política monetária", disse.


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