A decisão do Banco Central (BC) de interromper as elevações da taxa Selic (juros básicos da economia) foi bem recebida pelo setor produtivo. Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) considerou “acertada” a atitude do Comitê de Política Monetária (Copom).
“A Selic em 13,75% ao ano já era suficiente para manter a desaceleração da inflação nos próximos meses. Principalmente porque essa taxa está muito acima do nível de taxa de juros a partir do qual se inibe a atividade econômica, que foi alcançado ainda em dezembro de 2021”, destacou no comunicado o presidente da CNI, Robson Andrade.
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Para a CNI, novos aumentos na taxa Selic poderiam desacelerar o crescimento da economia no segundo semestre e “limitar significativamente” o crescimento em 2023. A entidade lembrou que o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, aponta alta de apenas 0,5% no Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) para o próximo ano.
Firjan
A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) avaliou como acertada a decisão do Copom. Em nota, a Firjan considerou que “as perspectivas de inflação vêm em tendência de queda nas últimas semanas e, no primeiro semestre, os indicadores de atividade econômica superaram as expectativas, com crescimento do PIB e redução do desemprego. Entretanto, para o médio prazo, as perspectivas ainda são de grande incerteza e instabilidade, o que pode significar interrupção do processo de recuperação da atividade econômica”.
Nesse contexto, a nota da entidade diz ser fundamental que se busquem alternativas para garantir a ancoragem das expectativas sobre a inflação sem penalizar o processo de crescimento econômico em curso. A entidade reiterou que “a combinação de uma política monetária moderada, um arcabouço fiscal responsável e uma agenda de reformas estruturais - além de contribuir para a estabilidade de preços no longo prazo - é o caminho para um menor sacrifício socioeconômico”.
Abrainc
A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias entende que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter a Selic em 13,75% indica o fim do ciclo de aumento dos juros.
Vale ressaltar que, mesmo em um cenário de Selic em alta, a taxa de financiamento imobiliário segue abaixo de dois dígitos e apresentou crescimento de 5% no primeiro semestre deste ano, ante o mesmo período de 2021.
Aliada a isso, os dados do Indicador ABRAINC-FIPE, divulgados hoje, mostram que o cenário de juros não impediu que o setor avançasse e as vendas de imóveis registrassem um acréscimo de 18% entre janeiro e junho de 2022, sobre igual intervalo do ano passado.
Outro ponto positivo é que a inflação começa a dar sinais de arrefecimento com as quedas de julho (-0,68) e agosto (-0,36). Isso faz com que o mercado já projete uma redução nos juros futuros, o que seria um importante estímulo ao mercado imobiliário.