O total de brasileiros com fome atualmente ultrapassou a marca de 33 milhões de novembro de 2021 a abril de 2022. Nesse período, cresceu em 14 milhões o número de pessoas sem o que comer todos os dias, o que fez com que o país retomasse o patamar da década de 1990, ou seja, retrocedendo 30 anos.
O número é resultado do estudo sobre insegurança alimentar, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), com execução em campo do Instituto Vox Populi. O projeto conta com o apoio das organizações não-governamentais Ação da Cidadania, ActionAid Brasil, Fundação Friedrich Ebert Brasil, Ibirapitanga, Oxfam Brasil e Sesc.
Para debater como o Brasil retornou ao Mapa da Fome da ONU, o iG convidou Nilson de Paula, coordenador da Rede Penssan, e Valter Palmieri Jr., doutor em desenvolvimento econômico pela Unicamp, para a live que será transmitida no Facebook , Twitter , YouTube , LinkedIn e Twitch do portal.
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A agenda de combate à fome se mostra prioritária para qualquer chefe de Executivo no país. Medidas para eliminar a insegurança alimentar, que assola mais da metade (58,7%) dos brasileiros são fundamentais para retirar, novamente, o Brasil do Mapa da Fome, posição que havia deixado em 2014.
A pandemia e o quadro inflacionário dos últimos anos dificultaram ainda mais o acesso à comida, fazendo com que, desde 2018, houvesse um crescimento de 60% no total de pessoas com algum grau de insegurança alimentar.
Ainda de acordo com o estudo, 15,9 milhões de pessoas, ou 8,2% das famílias entrevistadas, dizem sentir vergonha, tristeza ou constrangimento pelo uso de meios que ferem a dignidade para conseguir colocar comida na mesa.
O estudo foi feito durante o período de vigência do auxílio emergencial, demonstrando que nem mesmo o benefício, sozinho, é capaz de sanar a questão.
O Auxílio Brasil, por exemplo, só compra uma cesta básica completa em 5 estados, segundo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos).
"Por trás da fome, temos o flagelo sobre as crianças, as mulheres e a população negra, acrescido a isso o negacionismo frente ao problema climático, que tanto prejudica a produção agrícola e tem relação direta com a Insegurança Hídrica", afirma o estudo.
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