O presidente Jair Bolsonaro sinalizou nesta terça-feira (30) que, se reeleito, deve conceder reajuste para o funcionalismo. Segundo ele, a intenção era dar apenas para categorias da segurança pública, mas foi impossibilitado devido à "politização" de outras carreiras, que ameaçaram greves e outras medidas.
"Gostaria de ter feito uma reestruturação para eles [policiais da PRF], mas não foi possível porque outros setores ameaçaram greves. Não é fácil mexer com alguns setores do funcionalismo altamente politizados. Acredito que no ano que vem dê pra resolver isso daí", disse a empresários do setor de serviços no Instituto UNECS (União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços).
"Ano que vem vai ter, obviamente, que dar algum reajuste para servidor. Estão a três anos sem reajuste. Isso vai impactar tudo, mas nós vamos atender essa demanda aí", completou.
O presidente prometeu também cessar com novos concursos "para proteger os atuais servidores que já estão aí".
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O governo tem até amanhã (31) para apresentar o Projeto de Lei Orçamentária Anual e incluir o montante par conceder reajustes para o funcionalismo.
Atualmente, o texto que desenha o Orçamento do próximo ano reduziu em 11% a reserva prevista para reforma de carreiras do funcionalismo. Em abril, o Ministério da Economia havia reservado R$ 11,7 bilhões para aumentar o salário dos servidores do Poder Executivo, esse valor caiu para R$ 10,5 bilhões .
No primeiro semestre deste ano, os servidores reivindicavam 19,99% para cerca de 1,2 milhão de ativos e inativos, além de reestruturação de carreira. Segundo a categoria, a defasagem salarial acumulada ao longo dos anos pode superar 32% até dezembro.
Bolsonaro também disse que tentará novamente propor a "Carteira Verde Amarela" , com flexibilizações trabalhistas para jovens de até 29 anos ingressantes no mercado de trabalho.
Queda na Selic
O presidente Bolsonaro disse acreditar que a Selic comece a cair nos próximos meses. Atualmente a taxa está em 13,75% ao ano.
"Qualquer palavra minha mexe no dólar hoje à tarde. O Banco Central é independente agora, mas acredito que a taxa de juros comece a cair. Com deflação acredito que vamos ajudar todos vocês", afirmou.
O presidente também confirmou que o governo estuda um novo decreto para cortar o IPI, dessa vez ampliando para 50%. "O Paulo Guedes quer zerar".