O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto , afirmou nesta sexta-feira (26) que a deflação de julho e a prévia de agosto são reflexo do corte de impostos promovidos pelo governo federal, e não pela elevação da taxa básica de juros.
Desde meados do ano passado, a Selic subiu de 2% para 13,75%, mas, segundo Campos Neto, só deve ter feito na alta dos preços nos próximos 12 a 18 meses.
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"Grande parte do trabalho que foi feito ainda não impactou. A janela do Banco Central, tudo que eu faço, começa a ter feito entre 12 e 18 meses. Tem muito do que a gente fez que ainda não afetou a economia. A gente precisa sempre passar uma mensagem que a gente está vigilante", disse.
Mesmo assim, ele fez questão de elogiar os esforços do Planalto e do Ministério da Economia, apesar de ressaltar que "não vai baixar a guarda".
"A gente tem o dever de não baixar a guarda, a gente comemora obviamente a melhora entendendo que tem um efeito do que foi feito pelo governo e tem um desafio grande pela frente", afirmou.
Sobre a elevação dos juros, ele ressaltou ainda que o Brasil se adiantou perante ao resto do mundo, e deve observar redução nos juros antes mesmo que os outros países.
"O Brasil saiu na frente, teve um tem um trabalho eu diria mais rápido, mais agressivo. Hoje o mercado entende que grande parte do mundo ainda precisa subir juros. O Brasil a gente vê que não tem quase nada em termo de precificação de aumento de juros nos próximos seis meses e no próximo ano já têm queda", disse.
Segundo o relatório Focus, que reúne as projeções do mercado para os principais indicadores econômicos, a Selic deve terminar 2022 em 13,75% e cair para 11% no final de 2023.