
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em conjunto com a Economist Impact, realizou um estudo em toda a América Latina e Caribe que apontou o Brasil como melhor país da região para parcerias público-privadas (PPPs), modelo muito usado em projetos de infraestrutura .
Também se destacou no documento o Chile, seguido pelo Uruguai. Colômbia e Peru completam os cinco mais bem avaliados no estudo, chamado de Infrascópio. As PPPs estão entre os principais instrumentos do governo para estimular investimentos em infraestrutura, que o Brasil precisa dobrar, segundo estudo da CNI.
Entre no canal do Brasil Econômico no Telegram e fique por dentro de todas as notícias do dia. Siga também o perfil geral do Portal iG
A pesquisa é realizada a cada dois anos e, nesta edição, incluiu 26 países. São considerados indicadores que medem a qualidade da regulação e das instituições do país, condições de financiamento, sustentabilidade, gerenciamento de risco e medição de performance.
Infrascópio 2021/22
Países Notas
- Brasil 76,3
- Chile 75,3
- Uruguai 66,8
- Colômbia 66,4
- Peru 63,4
- Panamá 61,1
- Costa Rica 60,7
- El Salvador 58,1
- Guatemala 57,2
- República Dominicana 57,1
- México 56,9
- Jamaica 54,8
- Honduras 54,6
- Paraguai 53,4
- Equador 48,7
- Argentina 48
- Nicarágua 44,2
- Guiana 42,1
- Bahamas 37
- Haiti 27,5
- Trinidad & Tobago 25,3
- Bolívia 23,8
- Belize 21,8
- Barbados 18
- Venezuela 17,4
- Suriname 13,9
- Cuba* *sem classificação
Fonte: Infrascope - BID/Economist Impact
A partir das notas para esses quesitos, os ambientes de negócios dos países são classificados entre "maduros", "desenvolvidos", "emergentes" e "nascentes". Na região, o estudo não considerou nenhum dos mercados como "maduros", mas sete países conquistaram a categoria de mercado "desenvolvido".
Brasil e Chile são considerados "desenvolvidos" líderes, com as maiores pontuações. Já Uruguai, Colômbia, Peru, Panamá e Costa Rica são "desenvolvidos" com alta performance, um pouco abaixo dos dois primeiros.
Entram na categoria "emergente" de mercados para PPPs países como México, El Salvador, Jamaica e Paraguai. Os "emergentes" médios são Argentina, Equador e Bahamas, e os "nascentes", Haiti, Bolívia, Belize e Suriname.
Histórico do Brasil é destacado.
No caso do Brasil, o relatório apontou que o país tem um dos mercados para parcerias público-privadas mais ativos da região e uma das histórias mais antigas de participação privada no setor de infraestrutura.
“O ambiente brasileiro para PPPs tem quatro principais destaques: uma agência bem equipada e financiada, um processo de seleção e preparação de projetos eficiente, a atenção para sustentabilidade social e ambiental durante a fase de preparação e as frequentes avaliações de performance e impacto”, aponta o documento.
O relatório ainda destaca que o Programa de Parceria de Investimentos (PPI), sob responsabilidade atualmente do Ministério da Economia, gerencia os projetos em várias fases e que a estrutura legal inclui preocupação com medidas de sustentabilidade, além de um monitoramento da qualidade dos serviços prestados.
Pontos fracos
Entre os desafios principais do Brasil nessa área, o relatório também aponta quatro principais fatores.
O primeiro é garantir a alocação apropriada dos riscos do projeto entre as esferas pública e privada. O segundo é melhorar a ordenação entre as diferentes agências governamentais nos processos de desenvolvimento, implementação e supervisão dos projetos.
O documento recomenda ainda reforçar a certeza legal nos contratos e melhorar a avaliação dos impactos ambientais e sociais após a finalização dos projetos.
“Em adição, o progresso dos fatores mencionados relacionados ao enquadramento legal e coordenação institucional trariam mais consistência na performance brasileira no quesito de regulamentação e instituições”, ressalta o projeto.