Em ofício enviado à nova presidente da Caixa Econômica Federal, Daniella Marques, o procurador Paulo Neto, do Ministério Público do Trabalho (MPT), pediu que a instituição não pague mais o salário de seu ex-presidente Pedro Guimarães, que pediu demissão do cargo após denúncias de assédio moral e sexual.
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O estatuto do banco estabelece que, mesmo afastado, Guimarães continue recebendo um salário de R$ 56 mil por mês durante seis meses, equivalente ao honorário mensal de seu cargo. Nesse período, chamado de "quarentena da diretoria", ele fica impedido de assumir função tanto na administração pública quanto na privada.
No fim de junho, o site 'Metrópoles' divulgou depoimentos de funcionárias da Caixa que acusavam o ex-presidente da instituição de assédio sexual. As denúncias citavam toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites incompatíveis com a relação de trabalho.
Pouco tempo depois, também foram revelados casos de assédio moral por parte de Guimarães, com vídeos publicados pelo Metrópoles
que mostravam o executivo xingando e ameaçando seus subordinados.
Ministério Público do Trabalho e Ministério Público Federal (MPF) apuram as acusações. O Tribunal de Contas da União (TCU) também pediu a órgãos públicos de controle a abertura de investigação.
Em nota divulgada também no fim do mês passado, a Caixa admitiu ter recebido as denúncias de assédio e disse que há uma investigação interna em andamento desde maio deste ano. O posicionamento foi divulgado após a demissão de Pedro Guimarães ter sido publicada em edição extra do Diário Oficial da União.
Para o cargo, o governo indicou a secretária de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Daniella Marques, considerada braço direito do ministro Paulo Guedes.
Desde que assumiu a presidência do banco, Daniella prometeu "punições cabíveis" em casos de assédio e disse ter afastado pessoas ligadas ao gabinete do ex-presidente.