O ministro das Relações Exteriores, Carlos França
Antonio Cruz/Agência Brasil
O ministro das Relações Exteriores, Carlos França

O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, afirmou nesta terça-feira (12) que a Rússia é um país parceiro estratégico e confiável do Brasil, ao explicar os motivos pelos quais o governo brasileiro comprará óleo diesel daquele país. Os russos são alvo de sanções econômicas aplicadas por Estados Unidos e várias nações europeias, por terem invadido a Ucrânia, em fevereiro deste ano.

"A Rússia é um parceiro estratégico do Brasil. Somos parceiros do BRICS (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul)", disse França a jornalistas, após participar de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York.

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"Temos que ter certeza que teremos diesel suficiente para o agronegócio brasileiro e, claro, para os motoristas brasileiros. É por isso que estamos procurando fornecedores de diesel seguros e muito confiáveis, e a Rússia é um deles", ressaltou o chanceler.

Na última segunda-feira (11), o presidente Jair Bolsonaro anunciou, em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, que está quase certo um acordo para a compra de diesel mais barato da Rússia.

O presidente não deu detalhes sobre a operação, mas ele já havia falado sobre essa possibilidade no fim do mês passado, após uma conversa por telefone com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

França enfatizou que o Brasil não depende apenas de diesel, mas também de fertilizantes da Rússia e da Bielorrússia — país que também sofre sanções econômicas, por ter um governo acusado de violar os direitos humanos. O chanceler lembrou que os russos são grandes fornecedores de petróleo e gás.

"Você pode perguntar à Alemanha sobre isso, você pode perguntar à Europa sobre isso. No Brasil, estamos com falta de diesel", disse França.

Indagado se houve alguma reação das potências ocidentais sobre a intenção do Brasil de comprar diesel dos russos, o ministro respondeu que "estamos na mesma página". Também perguntado sobre quanto e quando ocorrerá a compra, ele respondeu: "Tanto quanto formos capazes. Os negócios estão sendo fechados."

França foi, ainda, questionado sobre a interpretação de que o Brasil estaria financiando uma guerra, que foi condenada nas Nações Unidas, e se isso não seria uma violação da carta da ONU: "Talvez você devesse perguntar ao sr. Scholz (Olaf Scholz, primeiro ministro da Alemanha) sobre isso e então eu respondo.", disse. 

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