A sessão da comissão especial da Câmara que discute a PEC Eleitoral , na noite desta terça-feira (5), foi marcada por um bate-boca e confusão entre os deputados, que tentavam adiar a leitura do relatório de Danilo Forte (União-CE). O governo correu para que o relatório fosse lido ontem, de maneira a permitir a votação na quinta-feira (7). Forte fez uma leitura "dinâmica" do texto, enquanto os deputados discutiam à sua frente.
Houve bate-boca entre a presidente do colegiado, Celina Leão (PP-DF), e deputados da oposição. Revoltados porque ela determinou a leitura do parecer enquanto ainda havia líderes inscritos para falar, e já passando das 23h30, eles se levantaram e foram até a mesa, onde desligaram microfones, bateram na mesa e tentaram atrapalhar a leitura do relatório.
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O trio de deputados que se levantou era dos mais atuantes na sessão — Bohn Gass (PT-RS), Reginaldo Lopes (PT-MG) e Alencar Santana (PT-SP). Lopes estava atrás do relator, Danilo Forte, para impedir a leitura. Como ele continuou lendo, foi falar com Celina Leão e deu um tapa na mesa ao lado dela.
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Nesse momento, a deputada se exaltou e levantou, dizendo que ninguém ganharia no grito. Ela então se dirigiu aos deputados e falou que não admitiria que faltassem com respeito a ela durante a sessão. Com dedo em riste e tom de voz elevado, mandou o trio se sentar. Por minutos a confusão se estendeu, com muito bate-boca e confusão na mesa, enquanto Danilo Forte lia o seu parecer.
A oposição voltou a pedir questão de ordem e exigiu a leitura do substitutivo, que só acabou depois da meia-noite, o que foi comemorado, mas a deputada já havia concedido um pedido de vista a Christino Áureo (PP-RJ) antes do horário.
Quando a confusão acabou, Celina começou a falar e se desculpou pela exaltação, mas também passou uma bronca nos deputados ao afirmar que duvidava que eles teriam a mesma atitude caso a comissão fosse presidida por um homem, e chegou a citar, na hora, que eles jamais fariam isso com o presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL).
Nesta quarta-feira (6), a deputada distribuiu um texto questionando o comportamento dos parlamentares homens em relação a ela. “Será que os deputados teriam a mesma atitude se tivesse um homem no meu lugar?”, começa a mensagem.
No texto, ela narra que os deputados se levantaram de seus lugares e foram até a mesa e reclama especificamente de Lopes, que classificou como o “pior ato”: “fica ao meu lado da mesa, bate com a mão agressivamente diversas vezes na mesa e tenta retirar o meu microfone”.
“Os debates e as manifestações de opiniões são totalmente democráticos e, em todos momentos permitir que essas ações fossem permitidas durante o andamento da comissão. Mas intimidação violenta contra mim ou qualquer outra mulher jamais irei baixar o meu tom de voz (da qual fui questionada), ou reagiria deferente”, afirmou.