O Fantástico deste domingo (3) ouviu o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, sobre as denúncias de assédio moral e sexual praticados pelo ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães .
Takemoto falou sobre a cultura de assédio como forma de gestão implantada por Guimarães. “Tentamos discutir com a gestão de Pedro Guimarães; mas, infelizmente, era uma gestão que não respeitava os trabalhadores, não tinha diálogo com os empregados”, disse o presidente da Fenae ao Fantástico.
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A reportagem também destacou a pesquisa encomendada pela Federação, realizada no final de 2021, sobre as condições de saúde dos trabalhadores da Caixa. “Pesquisa da Fenae, feita com 3.034 funcionários, mostra que seis em cada dez sofreram assédio moral em 2021. E quase 70% já testemunharam esse tipo de assédio no trabalho”, mostrou o jornal.
“A pesquisa mostrou que é de norte a sul do país a questão do assédio moral”, disse Takemoto ao comentar os números abordados pelo Fantástico.
O programa trouxe depoimentos das trabalhadoras sobre as situações de assédio que sofreram pelo então presidente do banco e por outros executivos da Caixa, como o ex-vice-presidente, Celso Barbosa, e de que maneira eles acobertavam os casos e tentavam vigiar as mulheres para impedir que fizessem as denúncias. As mulheres também falaram sobre como o assédio moral virou um modelo de gestão do banco durante o comando de Guimarães.
A conselheira de Administração da Caixa, Rita Serrano, eleita pelos empregados ao CA/Caixa, comentou sobre a postura agressiva de Pedro Guimarães e como ele tentava intimidá-la com processos internos. “Vários argumentos para tentar coibir meu mandato. Um, como conselheira, é que eu não poderia ter opinião pública crítica a respeito do governo e da direção da Caixa”, disse. “Outro é que eu não poderia apoiar movimento dos trabalhadores, só que eu fui eleita pelos trabalhadores”, explicou a conselheira.
O telejornal Em Pauta da Globonews também abordou a pesquisa da Fenae e chamou atenção para o número de afastamentos por licença médica. Do total, 83% foram por transtornos mentais — 33% por depressão, 26% por ansiedade, 13% por Burnout e 11% por síndrome do pânico.
“São transtornos que fazem aderência a esse ambiente de muita pressão, opressão e intimidação”, enfatizou a jornalista Flávia Oliveira, ao comentar a pesquisa da Fenae.