Mais mulheres estão tomando coragem de denunciar o ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães,
por assédio sexual depois que os primeiros casos vieram à tona pelo site “Metrópoles”, muitos deles já investigados pelo Ministério Público Federal. Os novos depoimentos reforçam a forma de atuação descritas nos primeiros casos que se tornaram públicos.
Uma nova testemunha ouvida pelo GLOBO, sob anonimato, relata ter sofrido assédio sexual na sala do ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, no prédio sede em Brasília. Ela conta também que isso aconteceu em uma viagem de Guimarães. Sob anonimato, a funcionária disse que teve três encontros na sala dele.
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No primeiro, em que foi nomeada para um projeto, havia outra pessoa na sala e a reunião foi tranquila. Depois, disse, eu recebi um convite dele, perguntando o que eu tinha achado da reunião, do desafio de assumir aquele projeto, que a gente precisava conversar sobre a minha carreira.
"No primeiro contato, quando me nomeou para um projeto importante na Caixa, havia uma pessoa na sala. Da segunda e terceira, não havia e ele abraçou", disse a funcionária, acrescentando:
"Diante das coisas que a gente escuta, eu ainda tive sorte porque ele só me abraçou, não tocou nas minhas partes íntimas", relatou a funcionária.
Ela disse acreditar que ele não avançou mais porque estava no início da gestão, "tinha um pouco de freio". A abordagem dele era sempre a mesma:
"Ele falava gosto de você, você confia em mim? Posso confiar em você, prezo muito pela lealdade. As frases são sempre as mesmas", disse a funcionária.
Ele destacou que Guimarães usa o trabalho como uma forma de camuflar:
"Ele deixava a porta aberta, só que ia para um lugar onde não tinha visibilidade e ali gente sentava, no cantinho da mesa, se levantava e como se fosse uma contemplação, na sala dele há várias obras de arte, uns quadros, ele te abraçava."
O assédio aconteceu também uma viagem para acompanhar Guimarães:
"Tive que fazer uma viagem e nessa viagem, eu tive um momento com ele, apesar de eu conhecer e evitar ficar perto, ele passava a perna na minha perna e mesmo eu me afastando ele procurava a minha perna. Não só dentro da sala dele, mas na viagem também, como aconteceu com várias outras mulheres. Isso envergonha a gente, destrói a autoestima."