Em vídeo, Wallace Landim, o Chorão
, presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (ABRAVA) e um dos líderes da última greve de caminhoneiros cobrou nesta terça-feira (21) o cumprimento da promessa feita pelo presidente Jair Bolsonaro, em 2018, de acabar com a política de preços em paridade de importação da Petrobras
.
"O país vai parar naturalmente por não ter mais condição de rodar", disse. "Sociedade vamos acordar, vamos se unificar e ir pra cima da Petrobras. E quando eu digo pra cima da Petrobras, é ir pra cima do governo federal também, porque quem nomeia o presidente da estatal é o presidente. Foi o senhor Jair Messias Bolsonaro que fez uma proposta pra nós, um compromisso, de mudar o PPI em 2018, por isso nós acreditamos no senhor. De 11 membros do conselho, seis são indicação sua, você pode fazer sim!", completou Chorão.
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Na última sexta-feira (17), quando a Petrobras anunciou o reajuste de 14,25% e 5,18%, no diesel e na gasolina , respectivamente, a Abrava emitiu uma nota afirmando que "a greve é o mais provável" .
Em outro vídeo, o líder dos caminhoneiros aparece ao lado do coordenador-geral da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Deyvid Bacelar. Os dois reforçam o pedido de fim do PPI e a desistência do projeto de privatização da Petrobras.
"Chegou a hora de a gente se unir e lutar contra o PPI e também da privatização, que eu não conheço nenhum país do mundo que privatize sua estatal de energia", disse Chorão, ao lado de Bacelar.
Em nota, a FUP critica a ameaça de CPI da Petrobras e diz que essa é "mais uma pauta bomba de Bolsonaro/Lira, direcionada à empresa", com objetivo de criar "narrativa mentirosa" de que a Petrobras é o problema.
Mesmo após o presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, renunciar ao cargo, o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender nesta segunda-feira (20) a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a estatal . Bolsonaro afirmou que não vê contradição em pedir a investigação de uma pessoa que ele mesmo indicou.
"Trocas sucessivas de presidente e diretoria da estatal fazem parte da mesma estratégia em busca de destruição da imagem da empresa”, afirma a nota.
“Se Bolsonaro quisesse, já teria mudado a política danosa do PPI. Ele teve mais de três anos para isso. O PPI não é lei, pode ser abolido com a orientação do Presidente da República, da mesma forma como foi criado em outubro de 2016, no governo Michel Temer. Pedro Parente, indicado por Temer à presidência da estatal, junto com os também indicados conselho de administração e diretoria da empresa, criaram o PPI”, acrescenta Bacelar.
Bacelar também criticou a política de dividendos da empresa, que apesar de depositar parte dos lucros nos cofres da União , paga à acionistas R$48 bilhões.
O deputado Nereu Crispim (PSD-RS), presidente da frente parlamentar dos caminhoneiros, destacou o impacto da inflação dos combustíveis na atividade da categoria em audiência na Câmara dos Deputados. Ele defendeu a criação da CPI e o fim da política de preços da estatal, vinculada aos preços internacionais.
“O presidente tem é que cumprir com sua promessa de campanha, feita aos caminhoneiros e à população brasileira, de tratar do que ele falava antes das eleições: do famigerado PPI, que é o que vem causando todos esses problemas. Sabemos que a redução de alíquotas de ICMS não vai resolver a questão do aumento dos combustíveis”, disse.