Na mira do governo, Petrobras paga R$ 8,8 bi à União nesta segunda
Ivonete Dainese
Na mira do governo, Petrobras paga R$ 8,8 bi à União nesta segunda

A Petrobras deposita nos cofres da União nesta segunda-feira (20) R$ 8,8 bilhões, referentes ao pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) de R$ 1,857745 por ação ordinária e preferencial em circulação,  anunciados em 05/05/2022. 

Esta é a primeira parcela de um total de R$ 32 bilhões que o governo deve receber como acionista majoritário da empresa. 

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A Petrobras vem sendo criticada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que promete instalar uma CPI para investigar ganhos e despesas dos diretores e do presidente da estatal ainda nesta segunda-feira (20). O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, apoia a ideia. 

Bolsonaro participou neste sábado (18) de um culto em Manaus e declarou "guerra à Petrobras". O presidente também classificou como "inadmissíveis" os lucros da estatal.

"Todo munto aqui tá sentindo o peso da inflação. Combustíveis, já estão sabendo da guerra que estamos 'traçando'. Conversei ontem com o líder do governo e com o presidente da Câmara para a gente abrir uma CPI segunda-feira (20), vamos pra dentro da Petrobras", declarou. 

"Nas leis das estatais está definido o papel social. Ninguém quer interferir nos preços, mas esse lucro abusivo a sua diretoria e seu presidente poderiam resolver", criticou. 

A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (17) um novo reajuste nos preços dos combustíveis. A partir de hoje a gasolina sobe nas refinarias de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro, um aumento de 5,18%. Com o diesel, o preço por litro terá alta de R$ 4,91 para R$ 5,61, o que equivale a um reajuste 14,26%.

O aumento gerou reações políticas, já que Bolsonaro tenta descolar sua imagem da inflação de dois dígitos a menos de cem dias das eleições. 

A resposta do Congresso ao reajuste no preço dos combustíveis anunciado pela Petrobras na sexta-feira (17), ignorando apelos do presidente Jair Bolsonaro e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), será ampliada e intensificada hoje numa ofensiva capitaneada pelo Centrão, o grupo de partidos que sustenta o governo na Câmara.

Entenda todas as frentes abertas em Brasília em resposta à Petrobras.

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