Presidente Jair Bolsonaro prometeu solucionar crise dos combustíveis
Ivonete Dainese
Presidente Jair Bolsonaro prometeu solucionar crise dos combustíveis

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (15) que a Petrobras vem dando indícios que anunciará um novo reajuste no preço dos combustíveis. Ele afirmou que o preço "poderia estar mais barato", o que não acontece por dois "problemas": impostos e Petrobras. 

"Eu não tenho comandamento sobre a Petrobras. A Petrobras está dando dica que quer aumentar de novo", disse Bolsonaro, em entrevista à jornalista Leda Nagle. "Não interessa quanto seja, já está um absurdo o preço dos combustíveis no Brasil lá na refinaria."

O chefe do Executivo federal voltou a criticar os lucros da empresa. "A Petrobras está tendo lucro exorbitante. Não podia ser assim, porque está garantido na Constituição um fim social para os produtos da empresa", adicionou.

Bolsonaro também defendeu a troca no Ministério de Minas e Energia e no comando da Petrobras e disse que assim que Caio Paes de Andrade assumir o controle da empresa, "vai ser resolvida essa questão do combustível".

O presidente comemorou a aprovação do teto do ICMS pelo Congresso e afirmou que a medida tem potencial de reduzir em R$ 2 o preço final da gasolina no Rio de Janeiro. 

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Reajuste para servidores

O presidente Bolsonaro disse que o reajuste linear de 5% para servidores não cabe no teto de gastos, mas afirmou estudar a possibilidade de dobrar o vale-alimentação do funcionalismo.

"Da onde tirar dinheiro? Eu tenho um teto, não posso gastar mais do que está ali. Esse dinheiro está distribuído pelo ministérios, então nós resolvemos dar 5% para todo mundo e fazer uma reestruturação na PF, PRF e agentes penitenciários. Quando conseguimos o recurso, outras categorias também quiseram e anunciaram que iriam parar", explicou.

"Ficou complicado o 5% de reajuste, aí nós resolvemos ultimar um estudo para dobrar o valor do vale-alimentação, o que está praticamente acertado até o momento", completou.

Confirmada nesta segunda-feira (13) pelo presidente Jair Bolsonaro, a ideia de aumentar o auxílio-alimentação dos servidores públicos federais pode não sair do papel por falta de tempo , além das dificuldades de encontrar recursos no Orçamento para este fim. Integrantes do Executivo alertam que a janela legal para reajustar o auxílio pago aos servidores está se fechando, por conta da proximidade das eleições.

A lei eleitoral e a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) veda uma série de ações do governo durante o ano das eleições.

Petrobras prevê reajuste

A Petrobras disse em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que mantém seu compromisso com a prática de preços competitivos . Em meio a rumores de pressão do governo para evitar novos reajustes da gasolina e diesel, a estatal disse que busca “equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato das volatilidades externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais”. 

A intenção da estatal é reajustar os preços de diesel e gasolina entre 6% e 7% nas refinarias, de acordo com uma fonte do setor. Não há uma clareza ainda de quando esse aumento seria feito. A avaliação na empresa é de que há uma defasagem crescente entre os preços da Petrobras e os do mercado internacional.

A companhia afirmou ainda que monitora continuamente os mercados, "o que compreende, dentre outros procedimentos, a análise diária do comportamento de nossos preços relativamente às cotações internacionais".

O pedido do governo para manter os preços da gasolina e do diesel é visto com resistência pela atual diretoria executiva da estatal, ainda chefiada pelo presidente demissionário José Mauro Coelho. No entanto, parte do alto escalão da companhia chegou a considerar a proposta como "razoável".

A gasolina está há 96 dias sem aumento, enquanto o diesel está congelado há 33 dias. Segundo fontes na empresa e no governo, a avaliação do Planalto é que um aumento feito pela estatal neste momento poderia atrapalhar o processo de aprovação na Câmara dos Deputados do projeto de lei que limita o ICMS em 17%.

De acordo com dados da Abicom, que reúne as empresas importadoras, a defasagem nesta terça-feira (14) está em 16% para gasolina e diesel. Ou seja, a Petrobras vende a gasolina e o diesel mais barato do que compra no exterior em R$ 0,73 por litro e R$ 0,99 por litro, respectivamente.

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