A cidade de São Paulo subiu da 21ª para a 12ª posição no circuito das 24 maiores capitais de luxo no mundo, elaborado pelo banco suíço Julius Baer. É a terceira edição do ranking Global Wealth and Lifestyle, e a segunda vez seguida em que a metrópole brasileira é incluída.
Com um aumento de 27% no valor da cesta de 20 produtos premium analisados pela instituição europeia no último ano, São Paulo teve a segunda maior inflação em dólar no período, entre as cidades pesquisadas. Ficou atrás apenas de Xangai, na China, que se manteve no topo da lista como a mais cara. Na média das 24 cidades, a cesta encareceu 7,46%.
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Nas Américas, São Paulo é hoje a segunda cidade mais cara dentre as cinco apontadas pelo Julius Baer. O padrão de consumo da elite paulistana é mais alto que os de Miami (EUA), Vancouver (Canadá) e Cidade do México (México), que ocupam a 18ª, a 20ª e a 22ª posições do ranking, respectivamente.
Em toda a região, só o custo de uma vida de requinte em Nova York supera o de São Paulo. A metrópole americana ocupa a 11ª posição do rankin. Segundo o chefe da área de Produtos para as Américas do banco, Esteban Polidura, mantido o comportamento verificado nessa última tomada, a próxima edição do relatório pode trazer uma fotografia diferente.
"Se esse compasso continuar para o próximo ano, provavelmente São Paulo se tornará a cidade mais cara das Américas, superando Nova York", afirma Polidura.
Para ele, a capital paulista vem se mostrando “um ponto fora da curva”.
"O diferente é que, em São Paulo, esse universo de pessoas com mais de US$1 milhão para gastar parece ser menos sensível a preços mais altos do que em outras regiões", pondera o executivo do banco suíço.
Com a crise de suprimentos deflagrada pela pandemia e pela guerra na Ucrânia, a vida encareceu em toda parte, também para os mais abastados. Dos bens listados pelo banco, 75% tiveram aumento de preço entre uma edição e outra do estudo, enquanto 63% dos serviços também passaram a custar mais nas cidades pesquisadas.
Mas essa tendência não alterou o fato de que, dentre todas as regiões, as Américas ainda reúnem as cidades onde pessoas ricas consomem gastando menos. São Paulo vai na contramão.
Na metrópole brasileira, impostos elevados sobre itens importados ou serviços acessíveis somente aos mais ricos contribuem para catapultar os preços mais rápido. Na avaliação de Polidura, catalisada pela disposição dos milionários locais de manter seu padrão de consumo a qualquer custo, essa inflação é de luxo é elevada exponencialmente.
"Em São Paulo, dez dos 20 produtos que compõem a nossa cesta têm o preço mais caro do mundo", destaca o executivo do Julius Baer. – Isso fala bastante sobre a força do consumo brasileiro e sobre a relevância de São Paulo entre as principais cidades do mundo.
Apenas uma coisa torna São Paulo bem mais em conta para quem tem o cacife muito alto. A cidade tem o preço mais baixo de imóveis dentre as 24 cidades do circuito de luxo montado pelo banco suíço.
Para Polidura, a discrepância entre o preço de um bem desse valor em relação ao de outros itens ajuda a explicar o conservadorismo observado nessa tomada de decisão de compra de paulistanos ricos quando se trata de um apartamento ou casa de altíssimo gabarito.
Ativos reais seguem uma régua diferente de avaliação dos bens de consumo, mesmo que esse bem seja um carro vendido nas concessionárias nas imediações da Faria Lima, principal corredor do mercado financeiro na cidade, ao custo centenas de milhares de dólares.