23 milhões de pessoas vivem com menos de R$ 7 por dia no Brasil
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23 milhões de pessoas vivem com menos de R$ 7 por dia no Brasil

O número de pessoas abaixo da linha da pobreza no Brasil bateu recorde em 2021, com 23 milhões de pessoas — quase a população da Austrália — vivendo com menos de R$ 7 por dia (ou R$ 210 mensais). O número equivale a 10,8% dos brasileiros. Os dados são da FGV Social com base na Pnad Contínua, do IBGE.

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Embora bem abaixo da quantia necessária para suprir necessidades básicas — a cesta básica chegou a custar R$ 777,93 na cidade de São Paulo no mês passado, segundo levantamento mais recente do Dieese — o valor é usado como critério de elegibilidade aos benefícios do Auxílio Brasil.

São elegíveis ao programa famílias que vivem em situação de extrema pobreza, com renda mensal per capita de até R$ 105; ou em situação de pobreza, com renda per capita entre R$ 105,01 e R$ 210 por mês.

Se usarmos a linha de pobreza do Auxílio Brasil, a proporção de pobres em bases anuais subiu 42,11% entre 2020 e 2021, correspondendo a 7,2 milhões de novos pobres em relação a 2020 e 3,6 milhões de novos pobres em relação ao pré-pandemia.

Nos últimos três anos, os mais pobres viveram uma verdadeira "montanha-russa" em seus rendimentos, com o pagamento e depois a interrupção do auxílio emergencial, o fim do Bolsa Família e a indefinição sobre a criação do seu substituto, Auxílio Brasil.

A renda mensal dos 10% mais pobres já vinha em queda antes da chegada da Covid-19 ao Brasil e despencou para menos da metade no início do isolamento social (R$ 114 em novembro de 2019 a R$ 52 em março de 2020). Em seguida, mais do que quadriplicou com o pagamento do auxílio emergencial (R$ 215).

Depois, voltou a cair mais de um quarto com a suspensão do programa em janeiro de 2021 (R$ 55). A retomada do benefício, com cobertura e valores reduzidos, recuperou parcialmente a renda dos mais pobres (R$ 113 em agosto de 2021), com tendência de novo recuo nos últimos meses do ano.

Em novembro do ano passado, a renda domiciliar per capita dos 10% mais pobres foi de R$ 96, o equivalente a R$ 3,20 por dia para cada pessoa. O valor é 15,8% abaixo do nível pré-pandemia.

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