Entidades que representam servidores federais vão manter estado de greve e calendário de paralisações, mesmo diante da confirmação, pelo ministro da Economia Paulo Guedes, de que não será possível conceder reajuste ao funcionalismo. Se mudar de ideia, o governo tem até 30 de junho para aplicar o aumento, sem ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal.
O sindicato dos funcionários do Banco Central (Sinal) reforçaram que vão continuar em greve, independentemente da fala de Guedes — os técnicos da área estão paralisados desde 1º de abril, e desde então tiveram apenas uma breve suspensão do movimento.
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"Não aceitamos, isso é um absurdo. A negociação com servidores é um direito. O governo federal já foi denunciado na OIT (Organização Internacional do Trabalho) justamente por atacar liberdade sindical. Vamos exigir a mesa de negociação", destaca o presidente do Sinal, Fabio Faiad.
Entre servidores de instituições de ensino, a expectativa é de recrudescimento das paralisações até o final do mês. No momento, docentes e técnicos de 12 institutos federais e de uma universidade, a Universidade Federal do Pará, estão em greve em defesa do reajuste salarial.
"Essas posições do governo vão e voltam. Primeiro, falaram em aumento só para policiais, depois, o aumento (linear) de 5%. O governo não tem norte, não tem projeto político. A gente sabe que pode ser mais um blefe, e isso significa que a gente tem que aumentar a pressão sobre o governo", ressalta Luiz Henrique Blume, Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes).
O prazo agora, no entanto, inviabilizaria a conclusão dos trâmites dentro do prazo legal, na avaliação de um representante dos servidores federais. O governo teria 21 dias para sancionar o reajuste.