Caio Mário Paes de Andrade foi nomeado para comandar a Petrobras e aguarda aprovação do Conselho
Reprodução/Youtube
Caio Mário Paes de Andrade foi nomeado para comandar a Petrobras e aguarda aprovação do Conselho

O governo indicou nesta quinta-feira (9) os novos nomes para o Conselho de Administração da Petrobras, após o presidente Jair Bolsonaro demitir o atual presidente da empresa, José Mauro Coelho, e indicar para o seu lugar Caio Paes de Andrade. A Federação Única dos Petroleiros (FUP), não garante a posse do indicado e diz que, se os conselheiros assumirem, "tenderão a seguir pretensões eleitoreiras do governo".

"Os indicados ao Conselho de Administração tenderão a seguir pretensões eleitoreiras do governo, ampliando o intervalo de reajustes de preços dos combustíveis, como paliativo até as eleições. Serão tentativas desesperadas do presidente Jair Bolsonaro, que não resolverão o problema enquanto não eliminar a política de Preço de Paridade de Importação (PPI)", diz a entidade em nota. 

Entre no  canal do Brasil Econômico no Telegram e fique por dentro de todas as notícias do dia. Siga também o  perfil geral do Portal iG

Segundo a FUP, Paes de Andrade possui irregularidades no currículo que o impediriam de comandar a estatal, já que ele não tem experiência no setor, conforme exige a Lei das Estatais.

Essa não foi a primeira indicação de alguém sem o currículo necessário para o cargo: o general Joaquim Silva e Luna também não tinha atuado no setor de petróleo e possuía curta experiência no setor de energia. 

"O fato de o nome de Caio Mario Paes de Andrade ter sido indicado para o cargo de Presidente da Petrobrás não quer dizer que será aprovado. Há inconsistências no currículo dele que estão sendo questionadas no Comitê de Pessoas, na governança interna da companhia. São requisitos exigidos pela Lei das Estatais, como experiência no setor de óleo e gás e formação acadêmica e profissional", afirma. 

Praticamente todas as vagas do Conselho que são de indicação do governo serão trocadas. As mudanças ocorrem após Bolsonaro decidir trocar o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e nomear para o seu lugar Adolfo Sachsida.

Para a FUP, os novos nomes "não terão peito" para adotar congelamentos, sob o "risco de desagradar acionistas". 

Para a presidência do Conselho da Petrobras, o governo indicou Gileno Gurjão Barreto, atual presidente do Serpro (estatal responsável pelo processamento de dados do governo e que está sob o guarda-chuva de Caio Paes de Andrade).

Também foram indicados para o conselho Ricardo Soriano de Alencar, procurador-geral da Fazenda Nacional e, portanto, mais um nome ligado a Paulo Guedes. Jonathas Assunção Salvador Nery de Castro, secretário-executivo da Casa Civil da Presidência da República, também foi indicado.

Iêda Cagni, atual presidente do conselho do Banco do Brasil e Edison Antonio Costa Britto Garcia, atual presidente do Conselho de Administração do Banco de Brasília completam a lista de indicações para o conselho da Petrobras juntamente com Caio Mario Paes de Andrade. Ser eleito para o conselho é um requisito para que ele possa assumir a presidência da estatal.

Na lista também estão Ruy Flaks Schneider e Márcio Andrade Weber. Os dois já fazem parte do atual Conselho da Petrobras.

As indicações ainda serão submetidas à votação da assembleia de acionistas da Petrobras, a ser marcada pelo conselho atual. O governo é acionista majoritário, e, por isso, não deve enfrentar resistências na aprovação desses nomes.

O conselho da Petrobras possui 11 integrantes. Atualmente, o governo detém 6 cadeiras. Outras quatro são ocupadas por eleitos por acionistas minoritários. Uma vaga é de um representante dos empregados da estatal.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!