Os papéis da Eletrobras têm forte queda na Bolsa nesta sexta-feira (10) um dia após a companhia ter fixado em R$ 42 o preço por ação ordinária em uma oferta pública que resultou em sua privatização. Por volta das 13h, as ações ordinárias (ELET3) caíam 3,79%, cotadas a R$ 41,41. As preferenciais (ELET6) desabavam 5,79%, negociadas a R$ 40,04.
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A Eletrobras finalizou ontem seu processo de capitalização. O preço fixado pela companhia para as ações ordinárias ficou abaixo da cotação após o fechamento na Bolsa nesta quinta, que foi de R$ 43,04.
"O preço por ação foi fixado em R$ 42, perfazendo o montante total de R$ 29.294.027.952,00", informou a Eletrobras.
O total da operação pode chegar a R$ 33,68 bilhões, segundo especialistas do mercado financeiro. Se ocorrer como previsto, a privatização deve movimentar R$ 67 bilhões ao longo dos próximos anos
Esta é a maior oferta de ações desde 2010, com a megacapitalização da Petrobras, que movimentou R$ 120 bilhões.
O modelo de venda da Eletrobras não é o clássico via um leilão, no qual o controlador estatal vende a sua participação acionária para um participante. Em uma oferta primária, a companhia vai emitir novas ações e vender simultaneamente no mercado brasileiro e americano. Na secundária, a União venderá ações para atingir a participação de 45%.
Com a privatização, o governo deixa de ser o sócio majoritário da empresa. A União ficará com 45% das ações, e os novos acionistas, com os 55% restantes.
O prazo para os investidores manifestarem a intenção de compra e reserva de ações teve início na última sexta-feira e se encerrou nesta quarta-feira.
O governo autorizou o uso de até 50% do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para a compra de papéis da Eletrobras.
Somente pelo Fundo, a demanda chegou a R$ 9 bilhões, acima do limite estipulado pelo governo, de R$ 6 bilhões. Por isso, deverá ter um rateio entre os interessados.
Ibovespa e dólar
O Ibovespa opera em baixa nesta sexta-feira (10), acompanhando a inflação acima do esperado nos Estados Unidos. Por volta das 13h30, a queda era de 1,12%, a 105.808,39 pontos.
A inflação americana atingiu 8,6% no acumulado em 12 meses até maio – a maior taxa desde dezembro de 1981.
O dólar segue movimento contrário, com alta de 1,83% e cotado a R$ 4,9973.