42% culpam Bolsonaro por inflação, diz pesquisa
Ivonete Dainese
42% culpam Bolsonaro por inflação, diz pesquisa

A maioria (58%) da população brasileira está pessimista com relação ao futuro da economia. Para outros 32%, a gestão do Ministério da Economia está no rumo certo, enquanto 10% não souberam responder a pesquisa PoderData realizada de 22 a 24 de maio de 2022.

Entre os otimistas, 77% é apoiadora do presidente Jair Bolsonaro. Já entre os que desaprovam o governo, 90% vê a economia da maneira oposta. 

Inflação

O Brasil tem a 4ª maior inflação entre os países do G20. Para 42%, o índice é culpa do presidente Jair Bolsonaro. Outros 18% acham que a culpa é dos governadores dos Estados. A pandemia de coronavírus é citada por 16%, e a guerra entre Rússia e Ucrânia, por 9%. Em último na lista aparecem a Petrobras (3%) e as empresas (3%).

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Entre os bolsonaristas, o índice que culpa os governadores é maior (38%). Já entre os que desaprovam o governo, 68% citam a gestão de Paulo Guedes pelo fracasso em controlar os preços. 

Combustíveis

Apesar de a Petrobras ser citada apenas por 3% como culpada pela inflação, a percepção de que os combustíveis pesaram mais no aumento dos preços saltou de 9% em julho de 2021 para 27% em maio deste ano. 

Segundo a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), os valores do diesel e da gasolina estão em patamar recorde no Brasil. A gasolina registrou o valor médio de R$ 7,298 por litro, em todo o país. O diesel, R$ 6,971.

Mercado

O verdadeiro vilão da inflação, na percepção dos entrevistados, foram os itens do mercado, citados por 47%, enquanto 19% citam as contas de água e luz. 

Dos que aprovam a gestão do presidente Jair Bolsonaro, 38% percebem aumento de preços no supermercado. Entre os opositores, a taxa sobe para 51%. 

A pesquisa aponta ainda que 76% da população relata algum prejuízo causado pela explosão de preços. Apenas 1% diz não ter sentido o aumento e outros 20% dizem que o fator não prejudica as contas. 

Os mais afetados foram os mais pobres (80%) e os moradores do Nordeste (81%). Entre os mais ricos, 3% dizem não ter percebido nenhum aumento nos preços, enquanto 66% se sentem prejudicados.

Atraso nas contas

A deterioração da economia brasileira fez com que metade (50%) das famílias brasileiras deixassem de pagar pelo menos uma conta no mês de abril. Os que conseguiram manter os boletos em dia são 43%, enquanto 7% não souberam responder.

A pesquisa aponta que os índices, apesar de altos, estão estagnados desde janeiro. A margem de erro é de dois pontos percentuais. 

Puxada pelos preços dos alimentos e combustíveis , a inflação avançou 1,06% na passagem de março para abril, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este foi o maior resultado para o mês de abril desde 1996 (1,26%).

Metodologia

A pesquisa foi realizada pelo PoderData, empresa do grupo Poder360 Jornalismo, com recursos próprios. Os dados foram coletados de 22 a 24 de maio de 2022, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 3.000 entrevistas em 301 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%. O registro no TSE é BR-05638/2022.

Para chegar a 3.000 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, são mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população. 

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