A nova redução de 10% de alíquotas do Imposto de Importação de bens comercializados, anunciada nesta segunda-feira (23) pelo Ministério da Economia causará um impacto muito pequeno na vida dos brasileiros. Segundo a pasta, a medida reduz os tributos de bens como feijão, carne, massas, biscoitos, arroz, materiais de construção e tem validade até 31 de dezembro de 2023. Especialistas ouvidos pelo DIA, valores que são mais importantes para os consumidores seguirão em alta.
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De acordo com o governo, a medida deve contribuir para o baratear quase todos os bens importados. Mais de 87% dos códigos tarifários tiveram a alíquota zerada ou reduzida em um total de 20%. Para o economista e professor do ibmec, Marcio Sette Fortes, haverá duas situações a se notar com a redução dos impostos de importação.
"A primeira é a competição via preços, na qual os importados mais baratos pressionam os preços dos produtos nacionais para baixo. A segunda é que, caso essa pressão baixista não consiga em algum caso reduzir preços, face a vendedores que engessam suas margens, ainda assim ela coloca um freio nos preços dos produtos nacionais, contendo a inflação", disse.
Segundo Caio Ferrari, economista e professor do ibmec, o imposto de importação só irá beneficiar os brasileiros se tornar maior a "competição" de preços no mercado nacional.
"Um imposto de importação é prejudicial para a população no sentido de tornar mais caro bens no mercado local, mas beneficia principalmente os produtores e aumenta a arrecadação do governo. Ao se retirar o imposto, se aumenta a competição no mercado nacional, por tornar a oferta maior a um custo mais baixo e os consumidores são os principais beneficiados diretamente", afirmou.
O economista reforça que devido a inflação ser "generalizada" e "bem espalhada" os valores que são mais importantes para os consumidores devem continuar em alta, por isso a redução provavelmente não terá impacto na vida dos brasileiros.
"O IPCA tem mostrado, que a inflação tem sido generalizada e bem espalhada pela economia, então por mais que pelo custo mais baixo de importação, os demais preços que são importantes para os brasileiros (como combustíveis e etc) devem seguir na tendência de alta, logo provavelmente para o consumidor final, no mercado essa medida não vai ser tão perceptível", disse Caio.