
A demissão do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, pegou de surpresa todo o alto escalão da Petrobras.
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Membros do Conselho de Administração e diretores da estatal trocaram mensagens ao longo da manhã desta quarta-feira (11) em grupos de WhatsApp sobre como reagir a possíveis novas interferências nos preços e eventuais mudanças na política de preços.
Segundo uma fonte, desde 2016, quando o estatuto da empresa passou por mudanças, justamente para blindar a companhia, é "comum pressões de Brasília".
Por isso, essa fonte disse que o atual Conselho de Administração "pode e vai" brecar eventuais tentativas de controle no preço da gasolina e diesel.
Essa fonte lembrou que hoje a política de preços e as estruturas básicas de preço dos produtos da companhia são atribuições da diretoria executiva, mas fiscalizada pelos conselheiros.
Preço da gasolina pode subir
Uma outra fonte do setor lembrou que a demissão de Bento teria sido um recado ao atual presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, e aos conselheiros, eleitos recentemente, de que um novo aumento nos combustíveis pode gerar novas mudanças no comando da empresa.
Alguns executivos, inclusive, adiaram a agenda e os compromissos que estavam planejando para "entender melhor os riscos do novo cenário". Outra fonte do setor lembra que a estatal estava se preparando para reajustar o preço da gasolina no país, já que o último aumento ocorreu em março.
No início deste semana, a estatal reajustou o diesel em 8,87% de uma só vez. Desde janeiro, o combustível subiu 47%, desagradando caminhoneiros.
Semana passada, tanto o presidente da estatal quanto diretores, em videoconferência de resultados financeiros do primeiro trimestre, frisaram que vão continuar seguindo os preços de mercado e criticaram países que controlam os preços dos combustíveis.
Um analista do setor disse que, se o governo quiser impor na marra um controle de preços na Petrobras, teria que indicar novos conselheiros e propor mudanças no estatuto social da estatal, levando o tema a uma assembleia.