A greve dos servidores do Banco Central não vai afetar o comunicado do Comitê de Políticas Monetárias (Copom) sobre a alta dos juros, após reunião realizada nestas terça e quarta-feira (3 e 4). Segundo informou a entidade monetária, o comunicado sai normalmente hoje, a partir das 18h30.
A ata da reuniao também deve ser divulgada na próxima semana, como de costume.
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No último encontro, o Copom sinalizou que deve voltar a aumentar a Selic, pela 11ª vez consecutiva. O atual ciclo de alta teve início em março de 2021.
Atualmente, a taxa básica de juros está em 11,75% ao ano e deve subir 1 ponto percentual após a reunião, segundo previsão do mercado financeiro.
No último boletim Focus, que reúne as expectativas do mercado, a projeção se manteve de que Selic encerre 2022 em 13,25% ao ano. Analistas também apontaram nova aceleração da inflação, com o indicador batendo 7,89% ao fim de 2022.
A elevação da Selic pelo comitê de política monetária do Brasil é uma tentativa de controlar a inflação. Quando a taxa Selic aumenta, a tendência é que outras taxas de juros também aumentem. Juros mais altos tornam empréstismos e financiamentos mais caros, e isso inibe o consumo, reduzindo os preços.
Greve dos servidores
Insatisfeitos com a proposta de reajuste salarial linear de 5% para o funcionalismo público e sem avanço nas negociações com o governo, os servidores do Banco Central retomaram nesta terça a greve por tempo indeterminado. A paralisação havia sido suspensa no último dia 19 de abril.
Por causa da greve, o Boletim Focus não foi divulgado por três semanas, assim como outros indicadores, como o Relatório de Poupança e o IBC-Br.
A segunda fase de consultas ao Sistema de Valores a Receber (SVR), prevista para iniciar nesta segunda-feira (2), também foi adiada. "A nova data será comunicada com a devida antecedência", afirmou o BC.
Nesta quarta, apesar de ter mantido a divulgação do comunicado e da ata da reunão do Copom, a autoridade monetária anunciou que vai voltar a suspender a divulgação de novas análises e indicadores econômicos, também pela greve dos servidores.