Os servidores do Banco Central decretaram greve por tempo indeterminado a partir desta terça-feira (3). Na pauta de reivindicações da categoria estão: recomposição salarial de 26%, percentual das perdas inflacionárias entre janeiro de 2019 e dezembro de 2021, e ajustes na carreira, como mudança da nomenclatura de analista para auditor e a exigência de nível superior para ingresso dos técnicos do BC. Os servidores chegaram a suspender a greve, que começou em 1º de abril, por duas semanas, 20 de abril a 2 de maio, à espera de uma negociação com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, o que acabou não ocorrendo.
Em meio à insatisfação do funcionalismo, o governo Bolsonaro tentou negociar um reajuste linear de 5% para todos os servidores, o que foi considerado insuficiente pela categoria que, em nova assembleia geral no Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) na última sexta-feira (29), decidiu pela retomada greve.
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O movimento do funcionalismo público federal tomou força após o anúncio de um "pacote de bondades" do governo, que anunciou a liberação de R$ 1,7 bilhão do orçamento para reajuste salarial das forças de segurança da União, que significaria um reajuste de 16% a 20%. No entanto, essa promessa ainda não se concretizou.
Com isso, outras categorias de servidores públicos que não foram incluídas nesse reajuste passaram a reivindicar recomposição salarial semelhante. Os médicos peritos e os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), por exemplo, reivindicam 19,9%.
Fábio Faiad, presidente do Sindicato dos Servidores do BC (Sinal), contou ao EXTRA que a principal razão para a retomada da greve é o descaso do governo em negociar com os servidores. Nesta quarta-feira haverá manifestação na porta do BC.
"O protesto se deve à intransigência do governo em abrir uma mesa de negociação com os servidores do BC. Essa é a razão da greve e do protesto. O governo não mostra interesse em ter uma negociação legítima e efetiva com os servidores de uma autarquia tão importante para a sociedade brasileira."