Conforme esperado, o Federal Reserve, Banco Central americano, deu início a uma fase mais severa do seu processo de aperto monetário, nesta quarta-feira (4). O banco elevou em 0,50 ponto percentual as taxas de juros, para o intervalo entre 0,75% e 1%.
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É o maior aumento nas taxas de juros desde 2000 e a segunda elevação consecutiva. Na reunião de março, a autoridade monetária já havia elevado as taxas em 0,25 ponto percentual, primeiro aumento realizado desde 2018.
A votação pelo aumento em 0,50 ponto percentual foi unânime.
Em seu comunicado, o banco ressaltou que, embora a atividade econômica geral tenha diminuído no primeiro trimestre, os gastos das famílias e o investimento fixo das empresas permaneceram fortes.
"Os ganhos de emprego foram robustos nos últimos meses e a taxa de desemprego diminuiu substancialmente. A inflação permanece elevada, refletindo desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia, preços mais altos de energia e pressões mais amplas sobre os preços", destacou o banco.
O Fed também ponderou os efeitos negativos que a continuidade da guerra entre Rússia e Ucrânia e os lockdowns na China podem exercer na economia americana. Sobre a guerra, os membros do banco ainda consideram os efeitos como "altamente incertos".
"A invasão e os eventos relacionados estão criando uma pressão ascendente adicional sobre a inflação e provavelmente pesarão sobre a atividade econômica. Além disso, os bloqueios relacionados ao Covid na China provavelmente exacerbarão as interrupções na cadeia de suprimentos. O Comitê está altamente atento aos riscos inflacionários", afirmou o Fed.
Os dirigentes do Fed destacaram que estarão preparados para ajustar a orientação da política monetária conforme apropriado, "caso surjam riscos que possam impedir a consecução dos objetivos".
Redução do balanço
O banco também deu maiores detalhes sobre o enxugamento de seu balanço patrimonial, que está na casa dos US$ 9 trilhões. A redução inicial do balanço será de US$ 30 bilhões em títulos dos EUA por mês e deve começar a ocorrer no início de junho.
Após três meses,o montante aumentará para US$ 60 bilhões por mês.
Para dívida de agências e títulos lastreados em hipotecas de agências, o limite será inicialmente fixado em US$ 17,5 bilhões por mês e, após três meses, aumentará para US$ 35 bilhões por mês.
"Ao longo do tempo, o Comitê pretende manter a carteira de títulos em montantes necessários para implementar a política monetária de forma eficiente e eficaz em seu amplo regime de reservas", destacou o banco, em seu anúncio.
Desde o ano passado, o Fed já vem sendo pressionado a adotar uma postura mais rígida em sua política monetária em uma tentativa de controlar a inflação persistente nos Estados Unidos, que vem renovando recordes de quatro décadas.