Sem emprego e no segundo ano da faculdade, a jornalista Aline Bueno vivia mexendo no LinkedIn em busca de emprego. As buscas iniciaram em 2020, quando foi demitida de um estágio em social media após cortes na empresa. Entre uma proposta e outra, ela conseguiu um emprego em pessoa jurídica, um estágio e participou de processo seletivo para uma vaga temporária.
"Eu fazia estágio na faculdade onde estudo, mas veio a pandemia e acabei sendo cortada. O desemprego me fez procurar outras possibilidades. Fiquei mais de seis meses procurando emprego, quando consegui uma vaga PJ (Pessoa Jurídica) em uma empresa", conta.
"O próprio CEO da empresa que me encontrou e me chamou no chat do LinkedIn. Acredito que ele tenha buscado por cargo. Fizemos todo o processo por lá, desde marcar entrevista até combinar sobre o retorno da vaga, passar número do telefone", lembra.
O mesmo aconteceu com o Nicolas Munoz. Ele entrou na rede social em meados de 2021, mas não tinha a pretensão de buscar um emprego.
Ao receber a indicação de uma amiga, ele buscou contato com o CEO da empresa. A conversa se desenvolveu por meio da rede social e ele foi contrato.
"Entrei por curiosidade mesmo e fui preenchendo meu perfil, me aplicando a algumas vagas. Depois de alguns meses, uma amiga minha me indicou para um emprego e o CEO teve o primeiro contato comigo pelo LinkedIn. Ele viu meu perfil, gostou, me mandou mensagem. Todas as entrevistas, acordos e tudo mais foram feitos por lá", conta.
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"Não costumava postar nada na rede, mas atualmente compartilho os posts que faço para agência que trabalho. Só isso mesmo. Não tenho costume de criar conteúdo próprio para o meu perfil lá".
Mas tem quem use o LinkedIn para mostrar seu trabalho para outras empresas. É o caso do Giovanni D'Angelo.
Embora não atualize de forma frequente, ele usa a rede social para publicar trabalhos fora do seu emprego atual e, com isso, buscar oportunidades temporárias.
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"Criei o perfil quando comecei a trabalhar no meu antigo emprego e desde então venho acompanhando as coisas que aparecem na rede. Eu não sou muito ativo, deveria ser mais ativo na lá, mas eu basicamente posto minhas atualizações de emprego, uma ou outra ação que faço".
"Na última semana eu comecei em um emprego que consegui pelo Linkedln. Agora aproveito a rede social para me especializar, fazer contatos e buscar alguns freelancers".
Atualizar o LinkedIn é o primeiro passo para o emprego
Especialista em divulgação na rede social, Cristiano Santos alerta para a necessidade de manter o perfil atualizado. Além de publicar os trabalhos, Santos orienta escrever sobre você e quais experiências possui.
"O que acontece é que as pessoas têm muito essa confusão de achar que o LinkedIn a rede só para buscar o emprego. Quando, na verdade, a partir do momento em que preenche o seu perfil, coloca todas as suas informações, preenche um bom título com as palavras-chave, ideais daquilo que você faz, põe um 'sobre' bem explicado sobre quem é você, contando sua história, por onde você passou e depois preenche as descrições dos seus cargos, os projetos e tudo mais, você aumenta a possibilidades de busca no LinkedIn. Ou seja, ao invés de só procurar, você passa a ser encontrado por recrutadores e por empresas que estão procurando profissionais como você", afirmou em entrevista ao iG, durante a Gramado Summit, uma das maiores feiras de tecnologia e economia do país.
"É você ir além do seu cargo. Você tem que colocar também quem você é e as as tarefas que faz", completou.
Entretanto, muitos usuários da rede social se esquecem de atualizar frequentemente o feed. A Aline, por exemplo, não tinha o costume de manter sua página atualizada.
"Confesso que não atualizo a minha página com frequência. Cheguei a postar sobre alguns textos que fiz, mas não costumo fazer muitas publicações, fico apenas acompanhando o feed", afirma.
Santos alerta para atualizar o perfil com informações e o que realmente domina. As publicações também devem ser moderadas e dentro da área em que trabalha.
O especialista ressalta o cuidado que se deve ter ao publicar textos sensacionalistas. Embora a divulgação possa ser alavancada, os empregadores não são favoráveis a isso.
"Usuários estão fazendo publicações mirabolantes e acham que, com esse engajamento, podem conseguir algum retorno. Contudo, muita gente pode ser atacada também por isso, pode ser criticada por essa ação. Por isso, o que eu recomendo? Aquilo que você poste no seu LinkedIn seja uma verdade sua, uma verdade sobre aquilo que você faz, uma verdade sobre aquele momento que você está passando, e não forçar a barra. O recrutador, pessoas das empresas, pessoas que podem se tornar seus colegas de trabalho, eles sentem quando você está querendo forçar o engajamento. Esse engajamento tem que ser natural. Então, muitas vezes, só copiamos fórmulas prontas, copiamos modelos de post e aplicamos sem respeitar nossa identidade, e isso pode atrapalhar".