Após um bom desempenho na véspera, as ações ordinárias da Petrobras ficaram praticamente estáveis na quinta-feira (14), com alta 0,2%. Já as preferenciais terminaram o dia na Bolsa com queda de 1,38%, após diversas trocas de sinal ao longo do dia, refletindo a confusa assembleia na qual o governo perdeu para os minoritários uma das sete cadeiras que tinha no Conselho de Administração.
Para o especialista em renda variável e sócio da Davos Investimentos, Marcelo Boragini, em um primeiro momento, o ganho de uma cadeira pelos minoritários foi visto como positivo da perspectiva do mercado, sempre temeroso da interferência política. No entanto, ponderou que o governo segue com amplos poderes na estatal. "A palavra final continua sendo do controlador, que é o governo", afirma.
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O analista da casa de análise Top Gain, Sidney Lima, concorda e atribui o mau desempenho das ações ontem a um movimento natural de correção dos ganhos dos últimos dias.
"O conselho tem uma importância muito grande em relação à fiscalização da tomada de decisões da empresa. E é uma empresa que sofre influência política. Os minoritários vão defender os investidores tradicionais, a pessoa física e o institucional, e não a União", analisa.
Em relatório, o Itaú BBA destacou o fato de a posse de Coelho encerrar a crise de sucessão que marcou as últimas semanas da estatal. "Esperamos uma reação positiva do mercado a esse importante marco no retorno da Petrobras ao seu dia a dia após semanas de turbulência, além de trazer mais equilíbrio à composição do conselho e fortalecer a governança da companhia".