A Itapemirim Transportes Aéreos (ITA) fechou um acordo de venda da linha aérea para o Baufaker Consulting. A empresa, até então controlada pelo empresário Sidnei Piva, só operou por seis meses até dezembro de 2021, quando colapsou por dívidas com fornecedores e funcionários.
Comunicado aos funcionários remanescentes da ITA, assinado pelo presidente da empresa, Adalberto Bogsan, diz que o novo acionista "concentra esforços na capitalização da empresa, na reorganização e manutenção do grupo de colaboradores e executivos".
O acordo de venda teria sido fechado pelo próprio Sidnei Piva, que enfrenta questionamentos na Justiça de credores e ex-sócios por irregularidades em seus negócios.
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Ao GLOBO, pessoas familiarizadas com o negócio afirmam que a nova controladora assumirá a dívida na casa de R$ 180 milhões que a aérea tem com aeroportos, empresas de leasing de avião, fornecedores, agências de turismo, funcionários, passageiros e com o próprio Grupo Itapemirim.
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Além disso, a Baufaker deve devolver à viação Itapemirim, que está em recuperação judicial desde 2016, cerca de R$ 30 milhões que teriam sido indevidamente direcionados por Piva do caixa da empresa de ônibus para a ITA.
"Com a aquisição e manutanção dos leasing (sic) de 5 aeronaves, do tipo A320neo, (a nova controladora) promete inaugurar um novo e inédito modelo de transportar passageiros", diz o documento. A ITA, no entanto, não pode mais operar por ter tido seu certificado de operador suspenso pela Anac.
Bogsan afirma no documento que na próxima semana retomará negociações com a agência reguladora e com credores, para o pagamento de "salários, leasing, taxas de aeroporto e reembolso de passageiros".
Quando do lançamento da ITA, Sidnei chegou a anunciar planos de operar 50 aviões já no segundo ano da empresa. Em dezembro, quando deixou de operar, a empresa deixou milhares de passageiros na mão e R$ 80 milhões em passagens vendidas para datas futuras.
A Baufaker Consulting foi fundada em 2008 e tem sede em um coworking em Taguatinga, em Brasília, segundo informações declaradas pela própria empresa à Receita Federal. A empresa tem como sócia-administradora Areta Baufaker e declara ao fisco atuar em ramos que nada têm a ver com a aviação, como impressão de materiais de segurança, administração de cartões de crédito, comércio varejista e compra e venda de imóveis.