O setor de serviços recuou 0,2% na passagem de janeiro para fevereiro, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgados nesta terça-feira (12) pelo IBGE.
É a segunda retração seguida. O setor permanece acima do nível pré-pandemia (com alta de 5,4%), mas agora com desempenho mais baixo frente o nível de fevereiro de 2020.
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O número veio abaixo do esperado pelo mercado. Segundo mediana das projeções dos analistas ouvidos pela Reuters, era esperado uma alta de 0,8%.
Acomodação do setor
o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, ressalta que quatro das seis últimas taxas foram negativas.
"O saldo desses 6 meses ficou em 0,1%, ligeiramente positivo e muito próximo da estabilidade. (...) Isso configura um setor de serviços mais estacionário, mostrando uma acomodação dos ganhos auferidos até agosto de 2021”, contextualiza Lobo.
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Perspectivas
Analistas econômicos consideram que a perspectiva para o setor de serviços em 2022 é pouco animadora. Isso porque, passados os efeitos mais duros da Covid-19, pesa sobre o setor o cenário macroeconômico que combina inflação em dois dígitos, juros em alta e desemprego ainda elevado.
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O Índice de Confiança de Serviços (ICS), do FGV IBRE, subiu 3,0 pontos em março, para 92,2 pontos. Com o avanço, interrompeu a sequência de quatro meses seguidos de queda.
Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE, avaliou que o avanço da confiança parece estar relacionado com a melhora da pandemia, em especial nos segmentos que dependem mais da circulação de pessoas.
"Ainda é preciso cautela sobre os próximos meses, o cenário macroeconômico negativo e a confiança baixa dos consumidores não permitem confirmar que essa alta seja a volta do caminho de recuperação observado no ano passado. Será preciso esperar por novos resultados favoráveis”, avaliou Tobler, em comentário.