Botijão de gás
Arquivo/Agência Brasil
Botijão de gás

Apesar da redução no preço dos botijões de gás anunciada pela Petrobras na última sexta-feira (8) o alívio no bolso do consumidor ainda deve demorar para chegar, e de maneira quase imperceptível.

Segundo o anúncio da estatal, o preço da venda do GLP da Petrobras para as distribuidoras cairia 5,58% a partir de sábado, uma redução média de R$ 3,27 no botijão de 13 kg. No cálculo do economista Alberto Ajzental, professor da EAESP – FGV, a redução ao consumidor não deve passar dos R$ 6,50:

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"O custo da refinaria é por volta de 50% do preço final, então se a Petrobras reduzir R$ 3,25, num limite máximo, o revendedor diminuiria entre R$ 3,25 e no máximo 6,50. Mas os distribuidores não agem dessa forma. Quando o custo sobe, em geral o repasse da limite de preços é quase imediato, mas o inverso não acontece. Acredito que só entre uma e duas semanas isso vai chegar ao consumidor, que é mais ou menos o prazo de os revendedores comprarem novos estoques a um custo menor", avalia.

Além do valor de revenda das refinarias às distribuidoras, a composição do preço do botijão de gás também leva em conta os tributos e os custos de distribuição. Para Caio Ferrari, professor de Economia do Ibmec-RJ, o impacto aos consumidores não será significativo, e pode até não ser sentido caso outros fatores que interferem no preço final se alterem:

"Uma redução significativa não vai acontecer. O impacto é pequeno, praticamente imperceptível, e se outros custos mudarem - se a distribuição ficar mais cara em função de uma nova alta dos combustíveis, por exemplo - pode ser até que na prática essa redução anunciada se anule e não seja sentida pelos consumidores", avalia.

Além disso, o recuo feito pela estatal não vai compensar o aumento anunciado em março, quando o GLP foi reajustado em 16,06%:

"Essa redução é de agora é muito mais baixa do que o aumento do mês passado. Esse recuo foi devido ao fortalecimento do real e a redução do preço do barril. A Petrobras está sendo coerente com a política de compatibilizar o preço no país com os valores lá de fora. Mas ainda não é algo para se comemorar. Claro que qualquer redução é válida, mas o impacto de uma redução de 5% não é significativo, é quase desprezível", afirma Paulo Feldmann, professor de Economia da FEA-USP.

Nas revendedoras do Rio, botijão chega a R$ 125

O preço médio do GLP no estado do Rio é de R$ 101,52, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP) apurados entre os dias 3 e 9 de abril, antes do redução anunciada pela Petrobras entrar em vigor. O botijão mais caro está em Macaé, no Norte Fluminense, onde a média de preço da unidade de 13 kg é de R$ 124,60.

Na cidade do Rio, a média é de R$ 99,89, e os maiores preços estão na Zona Oeste, onde o botijão chega a custar R$ 102 em Padre Miguel; R$ 105 em Realengo e R$ 108 em Bangu.

Mas o valor do botijão pode ir além, e passar dos R$ 120 na capital fluminense. O EXTRA pesquisou o preço do GLP em cinco revendedoras da cidade. Todos os pontos de venda ainda praticavam nesta segunda-feira preços sem redução. Apenas uma das revendedoras, no Encantado, na Zona Norte, já projeta uma redução de cerca de R$ 3 entre hoje e amanhã, dia 13. Nas outras quatro, os estabelecimentos ainda aguardavam o repasse das distribuidoras (confira a lista no final).

Para José Luiz Rocha, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Classe das Revendas de Gás LP (Abragás), a redução ao consumidor não depende apenas do reajuste entre as distribuidoras e os revendedores, mas também da concorrência do setor.

"Os aumentos chegam normalmente ao consumidor "de foguete", mas quando há redução, o preço baixa "usando paraquedas". O mercado é livre e as distribuidoras repassam aos revendedores normalmente aquilo que eles entendem que devem repassar. Além disso, muitas vezes, pela concorrência do setor, o revendedor já está com um preço baixo e não tem condições de bancar uma nova diminuição. Vai depender do repasse das distribuidoras e do comportamento local, já que normalmente é a concorrência que define os preços ao consumidor", diz.

Confira abaixo alguns preços:
Supergasbrás, em Bangu

R$ 108, para retirada

R$ 118, para entrega em domicílio

*Ainda sem previsão de redução no preço

Nacional Gás, na Praça Seca

R$ 105 (no dinheiro) ou R$ 115 (no cartão), para retirada

R$ 120 (no dinheiro) ou R$ 125 (no cartão), para entrega

*Ainda sem previsão de redução no preço

Liquigás, em Oswaldo Cruz

R$ 100 para retirada

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R$ 104 para entrega

*Ainda sem previsão de redução no preço

Supergasbrás, no Encantado

R$ 97 (no dinheiro) ou R$ 100 (no cartão), para retirada

R$ 108 (no dinheiro) ou R$ 110 (no cartão), para entrega

*Previsão é que preço reduza R$ 3 entre terça e quarta-feira

Ultragaz, em Higienópolis

R$ 98 (no dinheiro) ou R$ 100 (no cartão), para retirada

R$ 105 (no dinheiro) ou R$ 110 (no cartão), para entrega

*Ainda sem previsão de redução no preço

Como fazer o gás durar mais:
Otimize o forno

Se for possível, faça duas receitas no forno ao mesmo tempo. Se for afetar o sabor, faça as preparações separadas, mas em seguida para aproveitar o calor. Além disso, usar papel alumínio nas receitas assadas também é uma boa saída para economizar gás.

E evite abri o forno de tempos em tempos. Isso faz o forno gastar mais para se manter na temperatura ideal.

Tampe as panelas

Panelas tampadas aproveitam mais a chama, cozinhando mais rápido, já que o calor não se dissipa para o ar.

Corte os alimentos em pedaços menores

O tempo de uso é determinante para a economia de gás. Por isso, saiba que, quanto menor o corte do alimento, menos tempo ele levará para ser cozido.

Planeje as refeições

Uma boa dica é reservar um dia para planejar e cozinhar as suas refeições da semana. Isso é benéfico não só para diminuir o tempo de uso do fogão e economizar gás de cozinha, mas também torna o dia a dia muito mais prático.

Mantenha o fogão limpo

A chama do fogão está laranja ou amarelada? É sinal de que as bocas estão sujas ou com mau funcionamento. Nesses casos, o fogão precisa se esforçar mais para dar conta, gastando mais gás. Com frequência, desmonte as bocas e lave com uma esponja, água e sabão.

Use panela de pressão quando possível

A panela de pressão pode ser uma grande aliada na hora de economizar o gás, já que ela cozinha os alimentos em menos tempo. Uma boa dica, no caso de grãos como grão-de-bico, é deixá-los de molho por, pelo menos, 12 horas. Dessa forma, ficam mais macios, facilitando ainda mais o cozimento. Também vale cozinhar uma quantidade maior de feijão de uma só vez e depois refrigerar.

Evite a passagem de vento

Se na cozinha tem uma janela que permite a passagem de vento diretamente para o seu fogão, vale a pena fechá-la enquanto cozinha. Isso porque o vento diminui a potência das chamas do fogão, exigindo mais tempo para que a panela atinja a temperatura ideal.

Conheça seu fogão

Geralmente, podemos utilizar um fogão por vários anos sem problemas. Porém um fogão velho pode ter bicos entupidos e dificuldade de acender as chamas, propiciando o escape de gás. Vale lembrar que, além de gastar mais GLP do que o necessário, o escape do gás de cozinha pode colocar a sua segurança em risco. Na hora de comprar um fogão, escolha os com maior nível de eficiência, pois eles conseguem reter mais calor no interior do forno e, assim, preparar os alimentos mais rápido.

Use bocas do fogão adequadas

Colocar uma panela pequena em uma boca grande é desperdício do gás de cozinha. Só use a maior boca do fogão se utilizar panela grande, pois ela gasta mais gás.

Além disso, use panelas adequadas à quantidade de comida. Usar uma frigideira grande, por exemplo, para fritar apenas um ovo provoca um gasto desnecessário do insumo.

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