Bacalhau com Natas
Reprodução/Ana Maria Braga
Bacalhau com Natas

Faltando poucos dias para a Páscoa e para a Semana Santa, consumidores vão ter que fazer malabarismos para driblar a alta de preços e preparar uma ceia que caiba no orçamento sem deixar de presentear familiares com ovos de chocolate.  Há produtos até 21,5% mais caros em relação ao ano passado.

Entre os itens típicos da Páscoa que estão mais salgados este ano nos suspermercados estão a couve (21,5%), batata-inglesa (18,43%), azeite (15,63%), azeitona em conserva (14,38%) e bacalhau (11,5%), segundo levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV).

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Pescado fresco e ovos também apresentaram alta: 8,33% e 9,89%, respectivamente. O ovo de chocolate, então, está nas alturas.

Em algumas lojas, o item de 166g passa de R$ 59. Diante dessa alta de preços qual é a alternativa mais viável para o consumidor?

Segundo economistas, a dica é básica: pesquisar preços e substituir produtos. Com produtos até 21,5% mais caros, vale também trocar itens.

"Estamos em um momento que o trabalhador está endividado. Então quem quer economizar e fazer uma Páscoa diferente terá que substituir produtos. Como por exemplo, a cenoura, que está mais de R$ 10 o quilo", destaca o economista e professor do Ibmec Gilberto Braga.

Na hora da ceia de Páscoa, o bacalhau costuma ser a estrela do prato. Mas, com os atuais preços, a dica é colocar a criatividade em prática e buscar dia de promoção nos supermercados para encontrar outros itens mais em conta.

Bacalhau 'diferentão'

O professor tem sugestões. É possível fazer arranjos diferentes com os pratos. Fazer o bacalhau desfiado em uma torta, que usa pouco o produto ou mudar para peixes mais baratos. Isso diminui o preço e mantém a tradição do peixe no feriado.

Já a educadora financeira Aline Soaper orienta o consumidor a trocar as marcas famosas por outras que saiam mais em conta.

"Para quem está com um orçamento apertado, trocar as marcas mais famosas por outras que estão chegando no mercado, com preços mais acessíveis, é uma boa forma de economizar", aconselha.

E se os ovos de Páscoa estão fora do orçamento, ela indica os bombons e as barras de chocolate, além das opções feitas em casa. No entanto, quem não abre mão dos ovos de chocolate precisa definir um valor fixo a ser gasto e evitar parcelamento.

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"Apesar das parcelas serem pequenas, elas podem se acumular com outras despesas", orienta Aline Soaper.

Cuidando da saúde e do bolso

O momento de alta nos preços pode acabar ajudando na dieta. Segundo a nutricionista Monique Sanches, as ceias regadas a comidas gordurosas e com muito açúcar devem ser evitadas. Ela afirma que é possível fazer um almoço de Páscoa com alimentos saudáveis.

"Evite sempre consumir os alimentos ricos em gorduras e com açúcares, como sobremesas à base de creme de leite e leite condensado, pois desencadeia uma resposta à insulina, que é um hormônio anabólico, e a gordura é armazenada no organismo", adverte. 

As melhores escolhas para o almoço são as saladas, legumes e peixes magros. Na escolha do peixe, ela explica que as melhores opções são os peixes brancos, como merluza, pescada e robalo. O modo de preparo também é outro cuidado importante para quem quer manter a forma e a saúde.

"Evite o salmão por causa da gordura, e o bacalhau pelo excesso de sal. Dê preferência aos assados", ensina a nutricionista.

Variação de até 50% nos mercados

O Procon Estadual do Rio de Janeiro realizou pesquisa de preços dos ovos de Páscoa e das caixas de bombons mais buscados pelos consumidores. O levantamento coletou os preços de 731 produtos em 44 estabelecimentos localizados na Regiões Metropolitana, Serrana e dos Lagos, Norte e Sul Fluminense e também na internet.

A coleta e a análise de dados foram feitas entre os dias 5 e 8 de abril. Os servidores identificaram variação de até 50% quando comparado o produto de igual marca em diferentes estabelecimentos.

"O levantamento de preços realizado pelo Procon-RJ mostra que se o consumidor pesquisar, ele consegue economizar muito na compra de ovos de Páscoa e de caixas de bombom. Um mesmo produto pode ser encontrado com variados preços", afirmou o presidente do Procon-RJ, Cássio Coelho. 

Na capital, um ovo de Páscoa teve a maior variação percentual. O chocolate oscilou até 44,37%, sendo encontrado por valores entre R$ 62,90 e R$ 34,99. A caixa de bombom também teve variação significativa de preço, 40,77%.

O Procon-RJ ressalta que as variações e oscilações de preços foram feitas em relação aos produtos da mesma marca vendidos em diferentes estabelecimentos comerciais no estado.

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