Petróleo é vendido abaixo dos US$ 100 e pressiona papéis da Petrobras
Redação 1Bilhão
Petróleo é vendido abaixo dos US$ 100 e pressiona papéis da Petrobras

A Bolsa cai enquanto o dólar opera estável ante o real no início desta segunda-feira (11). No pregão, os investidores repercutem falas do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, após o IPCA de março ter atingido o maior valor desde antes do Plano Real.

No exterior, são aguardadas novas declarações de membros do Federal Reserve, Banco Central americano. Os agentes de mercados também monitoram os desdobramentos da guerra entre a Rússia e Ucrânia e o avanço de casos da Covid-19 na China, que ajudou a derrubar as bolsas no continente e os preços do barril de petróleo.

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Por volta de 10h55, o Ibovespa cedia 0,76%, aos 117.421 pontos. O principal índice da B3 é pressionado pelo desempenho ruim de papéis ligados a commodities.

No mesmo horário, a moeda americana tinha alta de 0,06%, negociada a R$ 4,7120, mas sem apresentar uma direção definida.

Pressão inflacionária

Após o índice de inflação vir, novamente, acima do esperado, o mercado já espera que o ciclo de altas de juros se prolongue além de maio, ao contrário do que havia sinalizado Campos Neto em declarações recentes.

Durante participação em um evento de mercado, o presidente do BC destacou que a pressão inflacionária está presente em vários países, citando as surpresas no Chile e na Colômbia.

No caso brasileiro, ele reconheceu que o último resultado foi surpreendente, com pressão de combustíveis, vestuário e alimentação fora do domicílio.

"Já estávamos vendo uma velocidade da passagem do combustível para a bomba de forma mais rápida. Estamos avaliando essa surpresa e vendo se muda alguma coisa na tendência. Essa surpresa também se faz presente em vários países que tiveram índices anunciados recentemente."

Ele acrescentou:

"Achamos que grande parte do trabalho que fizemos, em termos de juros, vai ter um forte impacto nos próximos trimestres. Temos uma defasagem em relação ao que foi feito. Estamos sempre reabertos a analisar o cenário se entendermos que há algo diferente do padrão que tínhamos identificado até então."

O presidente do BC destacou que parte da melhora vista no câmbio ainda não está totalmente refletida nos índices de inflação.

Perguntado sobre o impacto da apreciação do real nos índices inflacionários, Campos Neto afirmou que a queda do dólar é benéfica, mesmo que surta efeito contra todos os choques.

"O efeito do câmbio tem sido muito benéfico. Ele serviu como amortecedor na parte de alimentos, em metais, é positivo, e, em combustíveis, eu diria que não foi suficiente."

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Para o presidente o recente fluxo estrangeiro que veio para o Brasil não tem característica de reversão no curto prazo, sendo necessário observar a forma como se dará o processo de normalização de juros nos EUA.

Segundo o presidente do BC, o fim das restrições sanitárias levou ao teste de uma tese que o aumento do consumo era um choque de oferta e que, portanto, havia um aumento temporário da inflação.

No exterior, a inflação alta também é problema. Nesse sentido, as falas de presidentes regionais do Fed podem dar pistas sobre a velocidade da alta dos juros americanos que, ao contrário da nossa, só está começando. 

Petrobras e Vale caem

Entre as açoes, as ordinárias da Petrobras (PETR3, com direito a voto) cediam 1,08% e as preferenciais (PETR4, sem direito a voto), 0,99%, em linha com a queda do petróleo no exterior.

As ordinárias da Vale (VALE3) cediam 1,07%  e as da Siderúrgica Nacional (CSNA3), 0,66%.

As preferenciais da Usiminas (USIM5) caíam 0,77%.

No setor financeiro, as preferenciais do Itaú (ITUB4) e do Bradesco (BBDC4) tinham quedas de 0,60% e 0,14%, respectivamente.

Petróleo abaixo de US$ 100

Os preços dos contratos futuros do petróleo tinham fortes queda pela manhã, influenciados pelas medidas de restrição sanitárias imposta na China. Também segue no foco a liberação de reservas estratégicas por parte de países produtores.

Por volta de 10h40, o preço do contrato para junho do petróleo tipo Brent caía 4,09%, negociado a US$ 98,58, o barril.

Já o preço do contrato para maio do petróleo tipo WTI cedia 4,34%, cotado a US$ 94,00, o barril.

Bolsas no exterior

Na Europa, as bolsas operavam com direções contrárias. Por volta de 10h50, em Brasília, a Bolsa de Londres cedia 0,18% e a de Frankfurt, 0,87%. Em Paris, ocorria alta de 1,07%.

As bolsas asiáticas fecharam com quedas. O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, caiu 0,61%. Em Hong Kong, houve baixa de 3,03% e, na China, de 2,61%.

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